A ALSHOP (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), fez uma pesquisa com 103 associados e concluiu que durante o processo de reabertura do comércio a circulação de pessoas nos estabelecimentos caiu cerca de 60% e o faturamento foi reduzido a até 70% nesta primeira abordagem aos comerciantes associados.
“A queda do movimento já era esperada por conta do receio natural de sair com a recomendação da população ficar em casa e também com a queda de renda e desemprego que são consequências da crise causada pelo novo coronavírus”, disse Nabil Sahyoun, presidente da ALSHOP.
Atualmente pouco mais de 230 dos 577 shoppings do país já retomaram suas atividades. No estado de São Paulo, 40 empreendimentos foram reabertos no interior. O protocolo solicitado pela prefeitura de São Paulo, com 20 medidas sanitárias, foi entregue pelos shoppings. Agora a ALSHOP aguarda uma resposta da capital paulista sobre a reabertura das lojas na cidade.
Horário estendido
A entidade solicita a reabertura na capital paulista no horário das 12h às 20h, e não somente por 4h, como defende a prefeitura da cidade. As atividades logísticas, o deslocamento dos colaboradores e a nova rotina de higienização não permitem um tempo de abertura tão curto, que também pode gerar aglomerações, defende a ALSHOP. “Nossa prioridade é com a vida das pessoas, dos colaboradores e clientes, mas sem nenhum faturamento e com os empecilhos de se obter crédito teremos dificuldade para combater os efeitos da pandemia”, diz Sahyoun.
“Os lojistas dos shoppings, que são ambientes seguros e limpos, não tem sido atendidos pela medida de reabertura. No transporte público a aglomeração é latente e não há nenhum protocolo rígido de higienização bem como o comércio nos bairros sem fiscalização e sem medidas sanitárias de proteção. É preciso olhar de forma ampla para a questão”, complementa.
Protocolos
A associação, que representa 105 mil lojistas em todo o país, solicita que as autoridades municipais e estaduais aprovem as mesmas regras de funcionamento aplicadas aos supermercados e farmácias. Nos shoppings, em média, há 60 segmentos de atividade, boa parte deles também essenciais como farmácias, clínicas, assistência técnica de equipamentos, pet shops, comércio de alimentos específicos entre outros.
“Os protocolos dos shoppings que serão seguidos pelos lojistas são rígidos e inspirados na experiência internacional que estão retomando suas atividades comerciais. Aqui ultrapassamos 80 dias com as lojas fechadas sendo que 15 mil lojas não devem mais reabrir com a extensão da crise”, finaliza.