Estimulada pelo Natal, intenção de endividamento dos paulistanos sobe 4,4% em dezembro

Após ficar praticamente estável em novembro, o Índice de Intenção de Financiamento dos paulistanos subiu 4,4%, passando de 17,5 para 18,3 pontos em dezembro. Em relação ao mesmo mês de 2016, o crescimento foi de 3,6%, quando o indicador atingia 17,6 pontos. A alta já era esperada, uma vez que, no Natal, a tendência é que as famílias busquem novos financiamentos, costumando parcelar compras de valores maiores.

Os dados compõem a Pesquisa de Risco e Intenção e Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que prevê para dezembro uma maior propensão a contrair dívida, mas que, mesmo assim, não deve representar um movimento expressivo do índice.

Em dezembro, o Índice de Segurança de Crédito, que mede a capacidade de pagamento de dívidas com base na posse de reservas financeiras, registrou alta de 4,6% na comparação mensal, atingindo 79 pontos, ante os 75,5 pontos registrados em novembro, 0,7% maior em relação ao apurado em dezembro de 2016, quando o indicador marcava 78,4 pontos.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, a disponibilidade do décimo terceiro salário leva à redução do risco, principalmente no caso dos não endividados. As famílias devem dar destinos diferentes aos recursos adicionais do fim do ano, e essa diversidade acaba por elevar a segurança do crédito (e dos credores), bem como pela propensão a se endividar. 

Entre os endividados, houve leve queda de 0,3% na segurança de crédito, que atingiu 61,4 pontos, ante os 61,6 pontos registrados em novembro. Na comparação com dezembro de 2016, quando registrou 66,8 pontos, houve retração de 8%. Entre os não endividados, a alta foi de 4,4% na comparação mensal, passando dos 94,9 para os 99,1 pontos em dezembro e com elevação de 9,9% no contraponto anual, quando o indicador marcava 90,2 pontos.

A FecomercioSP ressalta que, no decorrer do ano, notou-se uma estabilidade na intenção de financiamento, e mesmo com o décimo terceiro salário direcionado para quitar dívidas, é natural que ocorra alta nos gastos das famílias neste fim de ano, o que provavelmente deve reduzir a poupança. Ao longo de 2017, em torno de 7% a 10% dos entrevistados afirmaram estar dispostos a tomar crédito.

Aplicações

A poupança é ainda a aplicação preferida dos paulistanos. Em dezembro, 62,4% dos aplicadores tinham na poupança o principal destino dos seus recursos, ante os 63,3% apurados em novembro. Em dezembro de 2016, a proporção era de 60,5%. Os que aplicam em renda fixa alcançaram 18,5%, queda de 0,3 p.p. em relação ao mês anterior e 3,5 p.p. inferior aos 22% apurados em dezembro de 2016.

Segundo a FecomercioSP, talvez haja, em breve, uma retomada das aplicações em poupança, justamente em virtude da queda dos juros básicos. De qualquer forma, este foi o ano da renda fixa, que teve um bom desempenho ao longo do ano e não coincidentemente perdeu espaço em dezembro, quando houve a realização de lucros.

Sobre a PRIE

A Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), apurada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), tem o objetivo de acompanhar o interesse dos paulistanos em contrair crédito e a evolução da proporção de famílias endividadas na capital paulista que possuam aplicações financeiras, gerando um índice de risco inerente a essas operações. Os dados que compõem a PRIE são coletados em 2,2 mil entrevistas mensais realizadas na cidade de São Paulo. 

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