Empreender em família: casal mostra como é possível trabalhar juntos e prosperar com negócio de crepe francês

Sérgio Cerqueira e Letícia Galvão abriram uma franquia da Crepefy em Salvador e contam sobre como pensar no equilíbrio e fazer uma boa gestão de papéis, conciliando negócio e relacionamento saudável

Empreender em casal pode ser uma boa estratégia para unir a paixão profissional e o desejo de crescer juntos, e assim, fazer o negócio dar certo. Além de fortalecer a relação, ainda é possível encontrar diversos benefícios para empreendimentos compartilhados juntos.

O Sebrae afirma que casais que compartilham as paixões profissionais e o desejo de crescer quando empreendem juntos, conseguem fazer o negócio dar certo. Misturar vida pessoal e profissional é o maior dos desafios e pode conturbar uma relação. Porém, unir esforços para abrir o próprio negócio pode ser algo vantajoso para ambos.

É o que Sérgio Cerqueira, de 45 anos, e Letícia Galvão, de 47 anos, fizeram em novembro do ano passado ao abrir o primeiro negócio próprio da família, um quiosque da Crepefy – marca especializada no modelo europeu de crepe francês – na praça de alimentação do Shopping Paralela em Salvador/ BA.

Letícia conta que dividir a gestão com Sérgio é muito tranquilo. Mas para que isso ocorra é necessário respeitar o espaço e a opinião do outro; não tomar nenhuma decisão desde que seja em conjunto e concordância, e apoiar nos momentos de desafios. “Para mim não teria sócio melhor, ele é meu braço direito e meu equilíbrio. Vestiu de verdade a camisa e me ajuda em tudo que é possível”, frisa a franqueada.

Para que o negócio caminhe em conjunto entre o casal as funções são divididas da seguinte forma: a parte financeira, fiscal (conferência do que a empresa recebe da contabilidade) e de negociações é de competência de Sérgio. Já o comercial, RH (entrevistas, treinamentos e ajustes de equipe), controle de qualidade e marketing ficam à responsabilidade de Letícia. As compras dos insumos são decididas em conjunto, e os dois fazem, a depender do dia. Porém, Letícia revela que mesmo separando as demandas de cada um, uma vez cumprida, ou precisando da tomada de decisão são sempre compartilhadas um com o outro.

“A vantagem de abrir um negócio em casal é ter uma pessoa que confio muito nessa jornada comigo. Mas é claro que por outro lado sempre tem uma pequena desvantagem, já que às vezes é difícil não falarmos das demandas da operação mesmo nos momentos de família e lazer, mas temos tentando nos educar quanto a isso”, reflete Letícia.

Pega essa dica

A empreendedora conta que não existe uma fórmula mágica para fazer o negócio andar ao empreender em casal, mas sim respeito mútuo. Mas ela carrega com sigo um lema: Deus, família e trabalho!

“Ainda estamos aprendendo a separar os assuntos familiares do profissional, mas algo que nos ajudou muito, foi que criamos desde o princípio um grupo nosso no WhatsApp que falamos ali dos assuntos de trabalho no dia a dia. A questão emocional equacionamos respeitando sempre a opinião do outro e os limites, nunca tomamos decisões precipitadas, sempre fazemos juntos várias análises, e não agimos com ego, e sim com equilíbrio do que é mais justo e correto. Conosco não existe “quem manda mais”, e sim fazemos questão de entender, apoiar e nos ajudar. Não apontamos possíveis erros, e sim buscamos entender onde podemos melhorar”, diz.

Inclusive, para eles, a possibilidade de empreender em família e ter toda essa sintonia entre o casal possibilita até mesmo fortalecer os laços com os próprios colaboradores. “Sinto nitidamente que nossas colaboradoras se sentem seguras, pois veem a nossa parceria e sintonia, e fazemos de tudo para ser exemplo”, enfatiza.

Buscar por novos atrativos

Letícia e Sérgio abriram um quiosque de 7 metros quadrados da Crepefy e para se destacar no negócio entre as demais lojas de alimentação instalou uma TV onde fica passando imagens dos crepes. Essa iniciativa fez total diferença dentro da operação e tem atraído 10% a mais de consumidores desde então.

Tanto que o casal que investiu cerca de R$ 95 mil no empreendimento, tem a expectativa de atingir o payback no máximo até os 18 meses. O casal já atingiu o faturamento esperado para o período, e esperam crescer ainda mais nos próximos meses e atingir mais 33% de crescimento até novembro deste ano, quando a unidade completa um ano de atividade.

“Por trabalharmos em uma praça de alimentação de um shopping center a concorrência é grande, disputamos o espaço de venda com marcas já consagradas, mas analiso de forma positiva, principalmente por termos a possibilidade de apresentar nosso produto para o público, trabalhando sempre a qualidade e feedback dos clientes, atendendo cada um deles de forma única e proporcionando uma experiência diferente, assim estamos crescendo dia a dia!”, finaliza Letícia.