Há quem acredite que para um negócio ter sucesso é essencial que haja um propósito muito bem definido. Diferentemente da meta, que diz onde um projeto pretende chegar (e geralmente está mais ligada a números e estatísticas), o propósito tem muito a ver com a razão de existir de determinada empresa, algo que guia todas as ações tomadas no dia a dia.
Duas das grandes marcas que recebem investimento da SMZTO, fundo de private equity especializado em franquias, possuem propósitos bem claros desde sua fundação, e ambos ligados ao cuidado com pessoas. A Terça da Serra, rede de residenciais sênior, nasceu com o intuito de prover acolhimento aos idosos que, em sua maioria, dependem de cuidados especiais diários. Já a Oral Sin, maior rede especializada em implantes dentários do Brasil, foi fundada para transformar vidas por meio da democratização do acesso a esse tipo de tratamento no País.
Conheça abaixo a história e o propósito de cada um desses negócios.
Terça da Serra: cuidado diferenciado para idosos
Joyce Duarte Caseiro formou-se médica em 2010. Trabalhando em instituições de saúde da região de Campinas (SP), onde morava com o marido, Pedro Moraes, ela percebeu a carência de instituições de longa permanência para idosos que prestassem serviços de qualidade.
Na mesma época, seu avô foi diagnosticado com Alzheimer, e a mãe de Joyce foi quem ficou responsável por manter os cuidados com ele. As dificuldades diárias enfrentadas pela mãe para dar o tratamento adequado ao avô foram o segundo fator de incentivo para que Joyce levasse adiante a ideia de criação de um residencial sênior. A intenção era de que o local se tornasse uma extensão do próprio lar para cada morador.
Após encontrar a casa perfeita, na cidade de Jaguariúna (SP), a 30 quilômetros de Campinas, Joyce deu início aos estudos da parte técnica do projeto. Enquanto isso, os moradores da região já esperavam pela inauguração para poderem trazer seus familiares, até então internados em instituições de municípios mais distantes, para perto de casa. Foi assim que a primeira unidade da Terça da Serra foi inaugurada, em 2015, já praticamente lotada e pronta para expansão.
“Nisso, nossos amigos começaram a se interessar pelo negócio. Queriam que eu ensinasse como abrir uma casa igual em outras cidades. Foi aí que eu e o Pedro chegamos à conclusão de que o modelo adequado para o nosso negócio era o de franquias”, conta a médica.
O pioneirismo contribuiu ainda mais para o sucesso da Terça da Serra, que se tornou a primeira franquia de casas de repouso do Brasil. As primeiras unidades foram vendidas para colegas do casal, ainda dentro do Estado de São Paulo. A partir de 2019, a expansão se deu por todo o Brasil. Hoje, são 43 unidades em operação e mais 39 em implantação. “A Terça da Serra vem para melhorar a qualidade de vida do idoso e também de seus parentes, que passam a conseguir curtir momentos em família, sem serem apenas cuidadores”, conta Joyce.
Para cumprir com esse ideal, os residenciais contam com profissionais cuidadosos e capacitados, além de sistema de vigilância desenvolvido internamente, capaz de avaliar 24 horas por dia as condições de saúde de cada idoso, a alimentação recebida e o cumprimento das atividades necessárias. “Começamos fazendo para nossa família e hoje tratamos todo mundo como sendo da nossa família”, relata Pedro.
O investimento necessário para abertura de uma unidade Terça da Serra é a partir de R$ 500 mil. A rede faturou R$ 30 milhões em 2020 e estima dobrar o faturamento em 2021, chegando a R$ 60 milhões.
Oral Sin: reabilitação oral para quem mais precisa
São comuns os casos de pessoas que tiveram dentes doentes extraídos não terem condições de pagar por um tratamento. Comum décadas atrás, esse tipo de problema gerou uma nação com 39 milhões de pessoas desdentadas no Brasil, segundo dados do IBGE e Ibope.
Em 2004, com o intuito de facilitar o acesso desse público às soluções de implantes dentários, nasceu a Oral Sin. Focada em um atendimento humanizado e voltado às classes B e C, principalmente, a primeira unidade da marca, em Arapongas (PR), logo se destacou no mercado.
Quatro anos depois, uma nova unidade foi aberta no município de Londrina (PR). Foi aí que o negócio passou a operar via franchising. “Faltava no Brasil uma rede de clínicas voltada ao público das classes mais baixas, mas ao mesmo tempo com uma estruturação bacana e serviços de qualidade”, conta Felipe Sapata, CEO da Oral Sin Franchising.
Diferentemente de outras redes de clínicas odontológicas, que focam na diversidade de tratamentos e serviços oferecidos, a Oral Sin possui especialização na reabilitação oral dos pacientes, o que inclui tratamentos de implantes e próteses dentários. E quem procura por uma unidade da rede em busca de reabilitação oral também pode completar seu tratamento com serviços como limpeza, clareamento, restauração, canal, entre outros.
Hoje, a Oral Sin está presente em quase todos os estados do Brasil, com 260 unidades em operação – outras 107 estão em implantação. Segundo Felipe Sapata, são 30 mil implantes realizados por mês em toda a rede.
Em 2020, o faturamento da Oral Sin foi de R$ 500 milhões, e a expectativa é chegar aos R$ 670 milhões em 2021. O investimento mínimo necessário para abertura de franquia é de R$ 500 mil.