De família de comerciantes, Carlos Quintanilha optou por seguir outro caminho profissional. Formado em Engenharia Industrial, atuou por 16 anos no segmento até a chegada de uma crise econômica no Brasil. Ao voltar os olhos para o empreendedorismo, analisou que era o momento de apostar em um negócio próprio. O objetivo era abrir uma operação que, mesmo em meio as incertezas econômicas, tivesse um retorno positivo. A escolha foi a abertura de um restaurante. Em 2017, inaugurava o Divino Restaurante, localizado em Jacareí, interior de São Paulo. Após quatro anos de funcionamento, outra crise assolou o País – dessa vez a pandemia da COVID-19. Com o fechamento do comércio local, o empresário buscou uma alterativa para manter o faturamento do negócio. A solução foi a implantação da dark kitchen do Divino Fogão. Um modelo que opera somente no delivery e em regiões onde a marca não está presente, já que atua apenas nas praças de alimentação de shopping centers.
“Em 2020, tivemos que repensar todo o negócio para manter o faturamento mesmo de portas fechadas. Busquei por alternativas que tivessem sinergia com o restaurante, que oferece comidas da gastronomia brasileira e popular. Encontrei o projeto de licenciamento de dark kitchen do Divino Fogão e uma luz se acendeu. Percebemos que não dávamos a atenção especifica ao delivery. Era a opção perfeita para o momento desafiador que estávamos enfrentando”, comenta Carlos, que tem como sócia a irmã, Carla Quintanilha.
Ao estudar o modelo de negócio oferecido pela rede de franquias de comida da fazenda, Carlos apostou nas entregas em domicílio dos pratos tradicionais do Divino Fogão na cidade de Jacareí. “A unidade mais próxima da marca está a 15km de distância, em São José dos Campos. Trazer a culinária para os moradores jacareienses permitiu um aumento no nosso faturamento de 20%”, revela o empresário, que começou a operar como licenciado em fevereiro deste ano.
Para Quintanilha, além de aumentar o faturamento, a chegada da dark kitchen do Divino Fogão proporcionou a capacitação dos colaboradores. Com cinco cozinheiras e duas atendentes, a equipe obteve um treinamento dentro de uma cozinha da marca e atuou em um ambiente totalmente diferente do habitual. O empresário também teve um treinamento sobre gestão do negócio, que permitiu a aplicação dentro do seu próprio restaurante.
O Divino Fogão possui cinco dark kitchens em operação e quatro em processo de implantação. Com investimento inicial baixo, de R$ 8 mil, que é destinado à compra de insumos para produção, embalagem e treinamento, é possível se tornar um licenciado da rede e atuar por meio da cozinha invisível. O faturamento médio mensal é de R$ 20 mil. O intuito do Divino Fogão é chegar até o fim do ano com 50 unidades de dark kitchen em operação.