No dia 19 de novembro é celebrado o Dia do Empreendedorismo Feminino. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), o Brasil conta com mais de 4MM de revendedoras registradas formalmente. Mulheres que buscam uma renda extra com a venda de cosméticos, maquiagens, roupas e semijoias. Essa também foi a realidade da dona Eliana Cabral, que há mais de 15 anos empreendia com semijoias na cidade de Araguaiana, em Tocantins. E foi inspirada na experiência de revendedora da sua mãe, que Luana Cabral encontrou uma luz no fim do túnel após ser demitida da joalheria Vivara, em 2012, onde ocupava o cargo de gerente de duas lojas em São Luís, no Maranhão.
Para abrir o seu próprio negócio, contudo, a tocantinense precisou usar o dinheiro da sua rescisão e vender o seu carro, no valor de R$ 26 mil, para dar os primeiros passos com a Luah Semijoias. Hoje, 10 anos depois, a marca especializada em semijoias banhadas a ouro conta com 12 lojas espalhadas por seis estados brasileiros (norte e nordeste) e faturamento de R$ 10MM, em 2023.
“Quando eu estava na joalheria, as lojas que eu gerenciava estavam sempre entre as TOP 10 de performance no ranking do Brasil, então é claro que a demissão me pegou desprevenida. Em paralelo a tudo o que estava acontecendo profissionalmente comigo no Maranhão, minha mãe empreendia como revendedora de semijoias desde a minha infância, em Tocantis. Logo, quando eu pensei em traçar meus próximos passos, empreender com semijoias foi o caminho mais obvio. Mas eu queria ir além do varejo, investindo em uma rede com revendedoras autônomas, formato que eu vi funcionar na minha família desde que eu era pequena e que incentivava outras mulheres”, conta Luana Cabral, socia fundadora da Luah Semijoias, rede de franquias especializada em lojas de acessórios banhados a ouro voltadas para o varejo e para revendas.
Foi assim que, em 2013, a empreendedora embarcou em um ônibus com destino à São Paulo, berço das fabricantes de semijoias, em busca de fornecedores. O capital utilizado como investimento inicial foi dividido para a compra de semijoias e de outros produtos como maleta, mostruários, embalagens, personalização de materiais e na estruturação do escritório. E logo no primeiro ano o negócio já se mostrou promissor ao atingir a marca de 40 revendedoras adquiridas pelo “boca a boca”. O início foi marcado por passos lentos, mas consistentes. “Nossa marca nasceu com o objetivo de acompanhar a mulher no dia a dia, promovendo bem-estar para ela em diversas ocasiões. Além disso, vivemos em um país quente, que favorece o envelhecimento da peça, por isso, contar com um material de qualidade é primordial para nós”, conta ela, que viu a Luah Semijoias mais do que dobrar o faturamento ano a ano – em 2015, a marca faturou mais de R$ 119 mil e em 2016 atingiu R$ 270 mil de faturamento.
Mas, foi somente em 2017 que Luana estudou a possibilidade de expandir pelo sistema de franquias. Na época, uma amiga da empresária havia sugerido uma sociedade ou a venda de uma franquia para fazer parte do negócio. Sem planos de renunciar à carreira solo, naquele momento, Cabral começou a estruturar a formatação de uma franquia da marca. O ingresso no franchising veio no mesmo ano, com a 1ª unidade em São Luís, para essa amiga. No mesmo ano, seu marido, Thiago Borges, somos forças à empresária e se tornou seu sócio na marca. A dupla apostou em uma expansão cautelosa e responsável, priorizando investidores indicados por outros franqueados e que estivessem dispostos a tocar suas operações. Somente em 2023, a Luah Semijoias alcançou o marco de mais de 10 lojas – todas com contratos fechados de forma orgânica, sem nunca terem feito um anúncio pago.
Hoje, a rede especializada em lojas de semijoias para varejo e revendas conta com dois formatos de negócios para os investidores: a microfranquia Home Office, que requer o investimento inicial de R$ 120 mil. Nela, a franqueada começa trabalhando em casa e, após um ano, inaugura a sua loja; e o Premium, que requer um investimento inicial de R$ 198 mil e que já inicia a operação com uma loja física estrutura para atender o varejo e as revendedoras da região. “Nossa base de vendas está na revenda. Foi assim que começamos e mesmo hoje, 10 anos depois, 85% do nosso faturamento ainda vem de nossas revendedoras. Temos mais de 1.800 parceiras no total. É uma forma de fazer o nosso negócio ir até a casa das pessoas. A Luah não precisa esperar que a consumidora vá até o shopping e entre na loja. As revendedoras buscam as novidades conosco e levam até as consumidoras finais”, explica a CEO da marca. Luana explica ainda que sempre entendeu a importância do senso de comunidade e que, desde o início do seu negócio, investiu em programas de recompensas para as revendedoras, o que acredita ser um dos segredos do sucesso.
Com um projeto de expansão mais audacioso para 2024, a Luah Semijoias prevê fechar o ano com 20 unidades e um faturamento de R$ 20MM, o dobro do ano passado. A rede, que hoje conta com 12 franquias na região Norte e Nordeste, planeja um crescimento espiral, com foco em reforçar a presença no Pará e conquistar os estados de Goiás e Mato Grosso.