De professora a empreendedora

Estudos revelam que nos últimos meses, 1 a cada 4 mães sentiu vontade de abandonar a carreira e mudar para o empreendedorismo.

Segundo o Portal do Microempreendedor Individual (Portal do MEI), em março deste ano, foram registrados 11.916.041 novos MEIs no Brasil. Entre os novos empreendedores estão as mulheres, um segmento que tem crescido cada vez mais. Atualmente, são 596.795 mulheres empreendedoras em toda Minas Gerais.

Recentemente, a Global Entrepreneurship Monitor, divulgou que o público feminino no universo empreendedor do país representa hoje 48,7%. São mais de 30 milhões de mulheres trazendo economias mais rentáveis ao nosso país. Dentro desse grupo empoderador no mundo dos negócios, têm aquelas que deixaram de lado outras carreiras para se dedicar ao que realmente gostam de fazer: empreender, como é o caso de Vivian Deus que há quase 10 anos migrou da carreira de professora a empreendedora montando a própria loja na capital mineira.

Há 9 anos ela fundou a loja Joaninha Brechó Infantil, comercializando roupas, sapatos, acessórios e brinquedos para crianças. Os produtos costumam ser de primeira qualidade, de marcas relevantes no mercado e até mesmo mercadorias importadas. Além disso, os clientes podem vender suas peças na loja e ganhar desconto no Joaninha Brechó.

O negócio tem sido bem rentável para a empresária e suas franqueadas. Em 2019, a empresa se tornou uma rede de franquias e com menos de 1 ano já possui 18 unidades em Belo Horizonte, região metropolitana e interior do estado. Até o fim deste ano, a expectativa é que o número de lojas aumente e se expanda para outras cidades brasileiras.

Vivian conta que a crise econômica instaurada no Brasil desde o início da pandemia do Novo Coronavírus, felizmente, não tem afetado o seu negócio. “Desde antes da pandemia as vendas online e a loja física já alcançavam bons resultados e cresceu ainda mais mesmo durante a crise. Muitos empreendedores já enxergavam as vantagens de investir nesse negócio e, com o isolamento, percebeu-se que este é o tipo de segmento que também sobrevive em período de recessão. Portanto, a expectativa é que o número de unidades continue crescendo na mesma proporção que as vendas”, comemora.

Conforme ela conta, “essa mudança foi gradativa, eu era professora, inicialmente nos 3 turnos do dia. Naquela busca de tentar outras áreas, eu abri o brechó. Quando comecei a empreender, passei a trabalhar de manhã e à noite na escola (isso no primeiro ano), a partir do segundo ano, parei de trabalhar a noite e passei a me dedicar à escola somente de manhã, após alguns meses, decidi mudar mesmo de carreira e passei a me dedicar inteiramente à loja, sabendo que o empreendimento me tomaria mais tempo e dedicação”.

“Fui chamada para concursos na época, mesmo assim continuei firme na ideia. Foi uma escolha pela qual eu não me arrependo. Sou muito feliz com o que faço. Eu decidi parar de lecionar para empreender porque eu vi que no brechó tinha um futuro melhor do que o dentro da escola”, elucida.

Maternidade e empreendedorismo

Além de cuidar dos negócios, boa parte das mulheres empreendedoras precisam conciliar a carreira com a maternidade. A tarefa não é fácil, mas não deixa de ser possível. Vivian diz que sempre conseguiu conciliar a vida profissional com a pessoal.

“Eu sempre consegui conciliar bem a maternidade com o trabalho, pois, eu tinha pessoas que me ajudavam, como por exemplo, a minha sogra, tia do meu marido etc. Eu também sempre fui muito de sair para o trabalho, então, sempre acostumei elas com a minha ausência durante o dia. Para mim essa conciliação foi bastante tranquila, conseguimos passar por ela. À tarde as minhas filhas costumavam ficar no brechó comigo e assim que eu saia da loja tinha um tempo livre com elas, o que não acontecia com a escola, onde eu precisava de preparar aulas e corrigir provas”, explica.

De acordo com Vivian, “dessa mudança até aqui o que eu mais aprendi foi que devemos acreditar nos nossos sonhos e correr atrás. A gente tem que lutar pelo que queremos, pois, isso foi o meu maior aprendizado, que a gente sempre pode ir além do que já somos e que nunca podemos nos subestimar, sempre acreditar que a gente pode ir buscar, aprendi isso e faço até hoje”.

Para aquelas mães que desejam empreender, mudar de emprego ou carreira, a empreendedora também não hesita em deixar o seu conselho: “precisa ser algo muito bem estudado, não largar de vez uma coisa para entrar em outra, trocando o certo pelo duvidoso. Vá caminhando aos poucos, isso é algo gradativo, comece a empreender e aos poucos vai vendo que o negócio está dando certo e que precisa mais da sua dedicação aí sim, comece a pensar em largar definitivamente o seu emprego para poder empreender de vez.”