De infância humilde, ele virou empresário e hoje é dono de franquia pet de banho e tosa

Junior Talhaferro nasceu em São José do Rio Preto (SP), enfrentou dificuldades financeiras, mas o sonho de empreender falou mais alto: hoje é sócio da Perto Pet

A trajetória empreendedora de Junior Talhaferro é daquelas de perseverança, determinação e superação. De humilde infância em São José do Rio Preto (SP), Talhaferro foi vidraceiro e torneiro mecânico até prosperar no franchising – hoje sócio da Perto Pet, franquia especializada em banho e tosa de pets.

“Como o próprio nome sugere, temos como propósito estar perto do tutor, oferecendo um serviço mais afetivo e uma operação ágil em unidades compactas, de fácil instalação em condomínios, postos de gasolina, galerias”, comenta.

O negócio

O Brasil abriga cerca de 150 milhões de animais de estimação, dos quais mais de 85 milhões são cães e gatos, de acordo com o Instituto Pet Brasil (IPB). Ainda segundo a entidade, o mercado faturou R$ 60,2 bilhões em 2022 e projeta R$ 67,4 bilhões em 2023. “Identificamos potencial nesse mercado, porém, de uma forma mais afetiva. Hoje, os pets são considerados membros da família”, diz.

Segundo Talhaferro, a Perto Pet oferece três modelos de negócios: container, store e pet móvel. Há dois grandes diferenciais em relação às empresas tradicionais de banho e tosa. O primeiro é o banho afetivo, em que o próprio dono pode lavar o pet usando a estrutura da franquia. “Por uma questão de conexão, em vez de deixar o cão e buscá-lo depois de algumas horas, muitos donos preferem eles mesmos dar o banho”, explica.

E o segundo é a agenda compartilhada, para profissionais do ramo utilizarem o espaço após avaliação prévia da franquia. “Fornecemos toda a estrutura e auxílio para a realização do banho”, complementa.

Infância pobre

Quando Talhaferro tinha apenas 6 anos, ele lembra de ter dividido um tomate com seus irmãos e reparou que seus pais não tinham comido nada: aquele era o único alimento da casa na ocasião. “Ali eu falei para minha mãe que seria empresário quando crescer pra não passarmos mais por isso de novo”, diz.

Na infância vendia sorvete e salgados na rua. Na adolescência, o futuro sócio da Perto Pet estudou no Senai e trabalhou como vidraceiro por um ano e meio. “Eu fazia bisotê”, lembra. Em seguida, trabalho numa indústria metalúrgica onde arranjou um emprego como torneiro mecânico. “Eu estava feliz por trabalhar, mas aquela profissão não queimava meu coração. Eu queria ser vendedor”, diz. A oportunidade veio em seguida, porém, Talhaferro precisou improvisar.

Primeiros passos

Talhaferro soube de uma vaga como vendedor em uma empresa de segurança eletrônica. Para concorrer ao cargo, era preciso ter uma moto. Ele não tinha. “Fui à entrevista com o capacete do meu irmão para parecer que tinha uma”, conta.

O futuro empresário foi aprovado e, no primeiro mês, trabalhou a pé visitando os clientes. “Quando saiu meu primeiro salário, dei entrada em uma moto”, comenta. O bom trabalho, ao longo dos anos, o levou à posição de gerente.

No quinto ano de trabalho, Talhaferro foi convidado para criar uma empresa coligada à sua, em Ibitinga (SP). Chegou a se tornar dono dela, mas o negócio não avançou. Voltou para Rio Preto como consultor de outra empresa de segurança eletrônica. Ele ajudou a marca a se tornar franquia e a expandir, mas alguns problemas o fizeram sair do negócio quase falido. “Foi um dos momentos mais delicados da minha vida”, diz.

Vendeu cueca

Nessa época, Talhaferro passou por uma situação que marcou sua jornada profissional. Em casa, com a geladeira vazia, ouviu do seu pai a seguinte frase: “filho, vai ser CLT, você tem potencial”. O futuro sócio da Perto Pet respondeu: “não, vou ser empresário”.

Talhaferro começou a fazer “bico” vendendo sistemas de segurança. Foi então que conheceu sua esposa, Glaucia, e juntos começaram a vender cuecas e outras peças de roupas. “O que a gente conseguia de dinheiro era para comida e pagar contas”, lembra.

Na tentativa de gerar outra fonte de renda, Glaucia se interessou por uma franquia de investimento de baixo custo. Ela comentou sobre a oportunidade com Talhaferro, mas a ideia não avançou. Porém, o assunto voltaria à tona em uma manhã na igreja. “No momento de contribuir, eu percebi que só tinha R$ 2. Pensei no leite das crianças e não dei. Mas meu filho me entregou, dizendo que não ajudei”, recorda. Foi a gota d´água.

Rumo ao franchising

Naquele dia, Talhaferro decidiu que, em vez de comprar uma franquia, abriria a própria. Ele formatou a Achei no Pão, do ramo de publicidade em sacos de pão, e que a esposa havia se interessado. Para ajudá-lo, um amigo fez o site da empresa. O futuro empresário começou a estudar de madrugada sobre como fazer anúncios no Google Ads. Ele investiu R$ 50, conseguiu dois leads. Desses, um comprou a primeira franquia.

A partir daí o negócio começou a se desenvolver. Com o dinheiro da primeira unidade, Talhaferro investiu em mais anúncios no Google Ads e conquistou outros investidores. “Eu fui a minha própria agência por um ano. Hoje estamos presentes em mais de 400 cidades”, comenta.

Perto Pet: fundação

O início da Achei no Pão marcou também o começo da Lion Force Franchising, holding multisetorial de franquias criada por Talhaferro. Ele já vivia o momento mais sereno de sua trajetória profissional, mas a vontade de novos desafios falou mais alto.

No começo de 2023, o empresário encontrou o amigo Marcio Castilho para um café. A amizade vinha da época do trabalho com segurança eletrônica. Castilho havia fundado a Dogmaniacs, uma empresa de banho e tosa, mas não pôde dar continuidade ao negócio com seu outro sócio. Então, junto com Talhaferro, decidiram abrir outra empresa, mas com outro conceito.

“Eu já tinha o interesse pelo mercado pet e achei a proposta afetiva genial”, comenta Talhaferro. Assim a Perto Pet foi fundada, em Rio Preto. A primeira unidade já está em funcionamento. A projeção é atingir 500 unidades em três anos.

De acordo com Talhaferro, para adquirir uma unidade da Perto Pet, o investimento é a partir de R$ 85 mil. O prazo de retorno estipulado é entre 12 e 18 meses, dependendo do modelo escolhido.