O ano de 2015 tem sido amargo para o comércio em geral e a crise já ameaça os pequenos e médios negócios (setor que agrega grande parte das franquias). De acordo com dados do Sebrae-SP, o faturamento de micro e pequenas empresas teve recuo de 5,7% e julho no Estado – que concentra um dos mercados mais dinâmicos no varejo.
Diante dessa situação, a solução imediata parece cortar despesas e entre eles estão, além da folha de pagamentos e custos variáveis, as mensalidades de associações e grupos do qual a empresa possa vir a fazer parte, forçando uma reavaliação do papel dessas instituições por grande parte dessas micro e pequenas empresas.
Segundo o CEO do banco Confia Microfinanças e Empreendedorismo, Guto Ferreira, o ideal é avaliar o papel dessas associações e ponderar se elas de fato trazem oportunidades de negócios e informações relevantes sobre o setor – essenciais quando se trata de franquias e pequenos negócios.
“No caso de franquias, eu acho que esse é o momento para manter o pagamento de uma associação que traga esses valores. Agora outras associações, em que você não tenha esse retorno, eu particularmente não acho que seja um bom negócio. Acho que é um dinheiro mal gasto”, destaca Ferreira.
Ele explica que no setor de franquias, a informação é extremamente importante uma vez que o franqueado muitas das vezes fica dependente do que é passado pela franqueadora quando “muitas vezes há outras informações, em outros negócios de franquias e que poderiam acrescentar no modelo de negócios, no incremento de receitas e até mesmo na prospecção de uma nova franquia” por parte do franqueado.
Além disso, Ferreira destaca ainda que a ampla divulgação de informações na internet tem comprometido grande parte do valor dessas associações, já que hoje é possível participar de milhares de redes de contatos via rede.
“Acho que o que o franqueado deve ter a associação que mais lhe dá possibilidade de conhecimentos e negócios, já que em matéria de redes de contato ele pode tanto usar a associação (se ela for boa), como também estar conectado pela internet via linkedin, Facebook, Instagram…”
Há atualmente uma série de associações de franqueados, seja em formato de sindicato ou de associação, o que exige que o franqueado tenha cautela na hora de escolher a qual ele vai se associar. Segundo o vice-presidente da ADF (Associação de Defesa dos Franqueados), Marcio Ruiz, o cenário reflete a falta de regulação do setor.
“Muita gente se usa do sistema para enganar as pessoas e infelizmente as associações se multiplicaram diante desse mal que estava sendo feito”, ressalta Ruiz.
Criada há dois anos, a ADF tem como objetivo prestar assessoria jurídica a custos mais acessíveis para franqueados que tenham justamente caído nas mãos de franquias mal estruturadas, já tendo atendido cerca de 100 casos até o momento.
“Algumas associações têm uma outra visão, com o projeto, por exemplo, de uma espécie de selo para franquias. Como a gente não tem esse aspecto financeiro, o que realmente estamos fazendo é trabalhar a questão jurídica das pessoas que foram lesadas”, explica o vice-presidente da ADF ao ressaltar que o franqueado deve observar bem qual o seu interesse ao participar de uma associação e qual o papel que aquela entidade cumpre no setor.
“O ideal é tentar conhecer ou pedir algum contato de quem realmente esteja dentro da associação para saber o que foi feito por ele e como ele avalia o papel da associação”, destaca Ruiz.
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