Cresce a procura por procedimentos estéticos durante a pandemia, o chamado “efeito zoom”

Franquias de saúde, beleza e bem-estar faturam mais que em 2019, antes da pandemia

Desde março de 2020, boa parte dos profissionais migrou dos escritórios para o regime de home office. Com isso, já era de se esperar um aumento das reuniões online realizadas por meio de plataformas de áudio e vídeo.

Durante quase dois anos de mudanças, se percebeu uma corrida às clínicas de estética e consultórios dermatológicos em busca de um rosto perfeito e jovial. O chamado “efeito zoom”. A permanência prolongada em casa serviu como motivador para muitas pessoas que já desejavam realizar procedimentos cirúrgicos, mas se preocupavam com o tempo prolongado de recuperação, a buscarem médicos cirurgiões, uma vez que agora era possível passar pelo período e continuar trabalhando sem comprometer a rotina, do conforto de sua casa.

Além disso, a pandemia interferiu diretamente no turismo de lazer. Muitos viajantes constantes trocaram o ‘passaporte’, pela impossibilidade de viajar em um mundo largamente afetado pelo Covid-19, pelo autocuidado, o que acelerou a busca por procedimentos estéticos.

Como reflexos diretos, um levantamento da Associação Brasileira do Franchising realizado no segundo trimestre de 2021, apontou que as franquias do segmento de saúde, beleza e bem-estar obtiveram um crescimento no faturamento de 21,7% em relação ao ano anterior, com R$ 9,6 bilhões. Esse índice é maior 17% do que o mesmo período em 2019, antes da pandemia

E uma empresa que sentiu esta alta foi a rede de franquias de harmonização facial, Royal Face. Segundo o balanço no período entre os meses de agosto de 2020 e 2021, a rede registrou um faturamento de R$ 100 milhões, o que corresponde a 186% de crescimento.

Além disso, no ano anterior foram vendidas 124 unidades e inauguradas 66, totalizando um investimento por parte dos franqueados de cerca de R$ 16 milhões. Já até agosto deste ano, foram 238 comercializadas e 134 inauguradas.

A projeção é finalizar 2021 com 260 vendidas e 200 inauguradas e, caso isso cumpra, os franqueados deverão investir cerca de R$ 50 milhões. E abertura de unidades também significa geração de empregos. Atualmente, são mais de 700 postos diretos e 2,7 mil indiretos. A projeção é finalizar 2021 com mais de mil vagas diretas e 4000 indiretas.

Dos mais de 40 tipos de tratamentos faciais e corporais oferecidos, os mais procurados são toxina botulínica, preenchimento labial e fios de sustentação. “Muitas pessoas estavam aguardando a retomada dos serviços para realizarem os procedimentos. Ainda a grande maioria é feminina, mas estamos percebendo um aumento grande do público masculino. Houve uma grande procura devido a maior visibilidade na tela do computador ou do celular”, destacou a sócia-fundadora da Royal Face, Andrezza Fusaro.

Dados do Google apontam que a procura por termos, como “harmonização facial” aumentou 250%. Já a busca por “botox no rosto” cresceu 80%. Mas, por que realizar procedimentos em plena pandemia? Para Andrezza, a explicação é bem simples: “As pessoas estão ficando mais em casa e, como isso, fica mais fácil fazer repouso e, em paralelo, tocar as atividades profissionais”.

Quem acrescenta outra explicação para este crescimento é o diretor de Operações, Rodrigo Borelli. “O pagamento e avaliação online iniciados na pandemia ajudaram muito nas nossas vendas. Nós estimávamos faturar 20% por loja com essa estratégia no pico da pandemia. Para nossa surpresa, tivemos franquias que conseguiram até 50% do faturamento com a venda dos serviços online. Mesmo com número reduzido de atendimentos, o tíquete médio subiu. Trabalhamos muito fortemente o aproveitamento e aumentamos a nossa taxa de conversão,” afirmou.