Ao abrir uma franquia ou buscar uma marca para abrir uma unidade, contratar uma consultoria não é garantia de sucesso, embora minimize muito os riscos de algo dar errado ao longo do processo, adverte o sócio diretor da Goakira Consultoria, Diego Simioni. De acordo com o administrador de empresas, o papel da consultoria é de apontar caminhos, mas “no final das contas é o empresário que toma as rédeas do negócio”.
“É óbvio que o empresário vai ouvir muito do que o consultor falar e por isso é importante contratar uma boa consultoria, porque em franchising decisões erradas podem custar muito caro e pior que não ter uma consultoria é ser mal assessorado”, ressalta o sócio-diretor da Goakira.
Simioni explica que o papel de uma consultoria é definir o “plano de negócios” da empresa (que vai desde a avaliação de viabilidade do negócio até a definição de taxas de royalties e franquia), sendo muito mais comum o uso dos seus serviços por parte do franqueador do que do franqueado. Ainda assim, o fato de a empresa ter tido a orientação adequada de uma boa consultoria não extingue os riscos inerentes à aquisição de uma franquia mesmo que o franqueado opte por buscar uma segunda assessoria própria.
“Uma coisa que o futuro empresário franqueador não deve ter é a ilusão de que se ele contratar a consultoria o negócio dele vai dar certo com certeza. Não existe fórmula mágica. O que a consultoria vai conseguir fazer por ele é minimizar todos os riscos e estruturar o negócio para maximizar o sucesso, mas não existe garantia de sucesso”, destaca o consultor.
Entre os pontos destacados por Simioni para observar o trabalho de uma consultoria antes de contratá-la, evitando uma má assessoria, é pesquisar antigos clientes que tenham sido atendidos por determinado escritório e procurar observar a estrutura da empresa de consultoria, já que no segmento de franquias esse auxílio passa por um time de especialistas multidisciplinares que vão desde planejamento estratégico, processos e jurídico.
“Por isso uma dica que eu dou é entender qual é a equipe que vai atuar no negócio e se ela tem as competências pra entregar resultado em todas as fases. Às vezes a consultoria tem equipe, mas quem toca os projetos são pessoas muito juniores e quem vai tocar o projeto é muito importante também”, alerta o consultor.
Entre os pontos críticos nos quais a presença de uma consultoria faz muita diferença, está a definição dos processos que serão repassados para os franqueados da marca e os aspectos jurídicos do contrato de franquias. Apesar de ser possível realizar esses e outros passos sem o auxílio de uma equipe especializada, a visão de profissionais que atuam na área e “respiram” o setor de franchising ajuda a minimizar possíveis riscos.
“Na parte de processos, normalmente a consultoria de franquias sabe a linguagem na qual o franqueado vai entender aqueles processos. É preciso saber colocar os processos de maneira fácil para um franqueado que muitas vezes não tem um treinamento específico para entender fluxograma de processos, etc. Na parte jurídica, quando você tem um advogado especializado, que já defendeu casos e sabe o que pode dar errado, o contrato fica muito melhor amarrado e muito melhor estruturado”, aconselha.
Além disso, Simioni lembra que, quando se trata de franquias, a marca possui uma responsabilidade a mais, já que determina não só o próprio sucesso, mas também o de pessoas que acreditaram naquele modelo de negócios e investiram dinheiro nele.
“Muitas vezes o franqueador pode pensar que abriu o próprio negocio sem nenhuma consultoria e aprendeu muito. Mas o risco do franchising é de que, se você errar, você não está só impactando sua empresa, mas também franqueados que acreditaram no seu modelo e em você que podem ter prejuízo também chegar até numa disputa legal”, explica o sócio-diretor da Goakira ao concluir: “ Se você errar no seu próprio negócio e perder dinheiro é o seu dinheiro. Mas quando você perde dinheiro dos outros a conversa é um pouco mais complexa”.
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