Conselho de Franqueados é fundamental para gestão de crises em redes de franquia

O que já foi moderno e atual, hoje é básico para qualquer sistema de franquia que quer evoluir sempre: trata-se do Conselho de Franqueados, órgão de comunicação relevante de uma Franqueadora.

Por meio dele são debatidos temas importantes para o aprimoramento do sistema de franquia. “A participação dos conselheiros, de uma forma construtiva e ampla, oferece ao franqueador elementos importantes que facilitam o diálogo como forma de conscientização da rede”, defende a consultora jurídica Melitha Novoa Prado, sócia do escritório Tardioli Lima e Novoa Prado Advogados e especialista em relacionamento de redes. “Atualmente o franchising se comporta como um sistema de aprendizado horizontal, onde o conhecimento é compartilhado em tempo real por toda a rede.”

O Conselho de Franqueados não é previsto na lei de franquias (Lei 8955/94), mas é um órgão que deve ser defendido pela própria franqueadora, através de um regulamento próprio, com regras e disposições aprovadas pelos futuros membros do Conselho. Em geral, eles são formados por representantes de todas as regiões nas quais há unidades franqueadas. “Assim, o franqueado membro do Conselho que representa a região Nordeste – ou um estado ou cidade onde haja muitas franquias, por exemplo – poderá apresentar as questões pertinentes àquela região ou estado porque, anteriormente, já se reuniu com os franqueados aos quais representa e ouviu suas críticas, necessidades e sugestões”, explica Melitha.

O que o Conselho pode fazer – Melitha explica que a participação coletiva e integrada dos membros do Conselho de Franqueados permite que as decisões estratégicas da rede sejam discutidas. “Além de todos os franqueados estarem interagindo e aprendendo com a vivência alheia, o Conselho pode opinar sobre questões importantes que permeiam o universo da franquia. Isso envolve lista de produtos, serviços, fornecedores, direcionamento das verbas de marketing, problemas com a concorrência, obstáculos no relacionamento com a franqueadora, alinhamento de expectativas, crises de relacionamento e demais questões que envolvam a rede como um todo. A sua abrangência vai depender do grau de maturidade e sabedoria do próprio franqueador, uma vez que não existem regras rígidas e muito menos legais, para o seu objeto”, ilustra a especialista.

As pautas das reuniões do Conselho de Franqueados devem abranger questões macro, ou seja, aquelas que influenciam a rede como um todo. Essas reuniões também são importantes para que o grupo divida interesses e frustrações, estabeleça prioridades na rede e busque o crescimento conjunto. “É importante que uma pauta seja criada e que a duração das reuniões tenha tempo limitado, com finalidade de priorizar os assuntos importantes na busca de soluções criativas e viáveis para a rede”, aconselha a consultora jurídica.

Como formar seu Conselho de Franqueados – Melitha Novoa Prado explica que, para formar um Conselho, é preciso que:

– Todas as regiões sejam representadas: Conforme explicado, as redes devem garantir a presença de todos os representantes regionais.

– Defina-se a finalidade do Conselho: Alguns grupos discutem apenas as verbas de marketing e o fundo de propaganda, outros são consultivos, outros decidem apenas problemas macro, etc.

– Criem-se normas e diretrizes: Todas as questões analisadas profundamente e decididas pelo grupo devem ser aceitas. As reuniões precisam ser registradas em ata e este documento deve ser assinado por todos. Um estatuto também deve ser criado para que regras sejam estabelecidas e cumpridas.

– O Conselho obedeça às necessidades das redes: Não há lei que regulamente o Conselho de Franqueados e nem que obrigue sua existência. Portanto, cabe a cada rede adotar um modelo que mais se adeque as suas necessidades.

– Promovam-se encontros periódicos: Somente com uma agenda pré-definida o Conselho poderá ser eficiente, realizando o trabalho que lhe compete como o órgão mais importante para construção do futuro da marca.

– Elejam-se os membros: Os membros do Conselho devem ser renovados. O mais comum é que metade seja substituída por outros franqueados e metade fique por mais um período, para que os mais novos no Conselho aprendam com os conselheiros antigos. Os membros são parte fundamental no Conselho.

“É importante que os franqueados não enxerguem o Conselho de Franqueados como uma atividade trabalhosa ou desgastante. Afinal, está mais do que provado que a participação de todos de uma forma unida e organizada fortalece a marca. Já os franqueadores devem encarar o Conselho como uma ferramenta importante para o crescimento do negócio, acreditando que a relação de franquia deve ser cuidada, nutrida, estimulada e principalmente valorizada por toda a rede”, finaliza Melitha.

Em Pauta

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