Com custos em média três vezes menores segundo os próprios expositores, a Feira do Empreendedor organizada pelo Sebrae atraiu neste sábado, domingo e segunda-feira pequenas franquias e novas marcas lançadas nos últimos dois anos ainda não filiadas à Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Alguns expositores revelaram ao Mapa das Franquias que não pretendem participar da feira da ABF este ano e que priorizarão as atividades desenvolvidas pelo Sebrae por conta do custo-benefício representado por esses eventos.
É o caso da rede de escolas de cabeleireiros Instituto Divas. Convertida em franquias há apenas um ano, a marca já está há seis no mercado e, segundo revela uma de suas sócias, Amanda Vieira, pretende focar no franqueado e não vislumbra se associar à ABF no momento (pré-requisito para participar da feira organizada pela Associação).
“Por enquanto a gente está 100% focado em ajudar o nosso franqueado e concentrando a nossa atenção para eles darem certo. Estamos num período de maturação e desenvolvimento como franqueador”, explica Vieira.
No mesmo sentido, a rede de cosméticos Routé, também recém convertida em franquia, não deve marcar presença nas feiras da ABF por enquanto. Um dos motivos levantados pelo Diretor da rede, Otniel Manão, é justamente o elevado custo que a Associação representaria para a empresa que acabou de iniciar seu plano de expansão.
“Para uma franqueadora nova como a minha, eu já fico pensando no que eu teria que gastar de mensalidade e, na verdade mesmo, nesse nicho que trabalhamos de franquias de até R$ 10 mil nosso público acaba nem fazendo questão disso, a gente que explica como funciona o segmento”, revela o empresário.
Segundo ele, a marca vem participando de todas as feiras do Sebrae no Brasil além de outras três feiras de franquias que não eram da ABF com resultados satisfatórios. “Acho que o Sebrae deveria dar mais espaço para franquias. Nós percebemos que o pessoal é muito sem informação”, reclama o diretor da rede que conta, hoje, com 10 franqueados e planos de fechar 2016 com o dobro.
“A indústria é nossa, a franqueadora é regularizada, é um modelo de negócio ótimo, mas nesse momento a gente não cabe na ABF”, lamenta Manão.
Já a diretora de expansão da rede de esmalterias Turquesa, Laura López, vai além: “o custo benefício da feira da ABF é complexo, para não dizer ruim. É muito caro e o público praticamente é o mesmo”, revela a executiva.
Segundo ela, a marca ainda estuda se vai participar da feira da ABF, resposta que dependerá da performance realizada até o final da feira do Sebrae. “Se a gente for muito bem, possivelmente vamos ter condições de investir. Mas eu vou avaliar com muito critério porque não justifica o custo”.
Nos cálculos dos franqueadores ouvidos pelo Mapa das Franquias, o custo de um estande na feira ABF chega a ser o triplo do cobrado pelo Sebrae na Feira do Empreendedor em São Paulo, com estrutura padrão de estande e com bem menos pompa do que a badalada e bem estruturada feira da ABF.
Para o diretor superintendente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo do Sebrae, Bruno Caetano, é natural que a feira do Sebrae tenha um custo mais baixo que a da ABF dada a missão da instituição.
“Em algumas feiras de franquias, para alguns empreendedores – principalmente os menores – os preços são proibitivos e aqui não, os preços são muito razoáveis e beiram o preço de custo porque mesmo a montagem do estande ela é subsidiada”, revela o diretor do Sebrae.
Segundo ele, a instituição buscou ampliar o espaço para franquias na feira deste ano e pela primeira vez destinou um espaço exclusivo para o segmento atendendo, entre outras demandas, a do próprio público da feira – interessado no setor.
“A gente sabe que o nosso público muitas vezes não tem acesso a esses eventos maiores só de franquias, então decidimos esse ano ter um espaço todo dedicado a franquias respondendo a uma demanda do público e também em reconhecimento ao crescimento do setor”, explica Caetano.
Na outra ponta, os franqueadores recém chegados no mercado agradecem – principalmente pela relevância e pela penetração que o Sebrae possui em todo o país.
“A ABF é uma Associação que tem representação muito grande, mas o Sebrae tem representação nacional e até em pequenas cidades ele chega. Acho que vale mais a pena”, conclui a diretora de expansão da Turquesa, Laura López.
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