No mundo todo, a globalização e o consumo desenfreado trouxeram novas discussões sobre nossa participação e responsabilidade em questões sociais, econômicas e sustentáveis. Nossas atitudes não passam despercebidas e podem custar muito caro num futuro que não está tão longe. De maneira geral, é possível notar uma maior preocupação da sociedade com a qualidade de vida que teremos nos próximos anos e isso começa no mais primário dos hábitos: nossa alimentação.
O hábito alimentar do brasileiro mudou e, atualmente, cerca de 14% da população se declara vegetariana (ou seja, não consome nenhum tipo de carne), o que representa quase 30 milhões de brasileiros adeptos a esta opção alimentar, diz o IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística).
Preocupados com o impacto e as consequências de seu consumo, as pessoas se tornam vegetarianas por inúmeras questões que vão desde a preocupação ecológica e ambiental até a saúde.
Adeptos da causa
Acompanhando essa realidade, diversas empresas se adaptaram a esse novo padrão de consumo e adequaram seus serviços a esse público – caso do Brasileirinho Delivery, rede de franquias especializada em comida popular brasileira no box, que tem em seu cardápio três opções para aqueles que retiraram totalmente a proteína animal de sua alimentação.
“A linha Veganíssimos foi idealizada em 2017 a partir de uma parceria que fizemos com a Sociedade Vegetariana Brasileira, a SVB. Percebemos que boa parte do mercado não tinha uma linha voltada especificamente para esse público”, comenta Jhonathan Ferreira, diretor-presidente da marca. Na cozinha do Brasileirinho, o manuseio dos alimentos e de qualquer utensílio utilizado no preparo do box segue os padrões exigidos pela SVB: no recipiente em que se cozinha o mexidinho vegano, por exemplo, não se frita um bife de picanha, por exemplo.
“Esse cuidado é fundamental porque quem não come nenhum tipo de carne e escolhe pedir uma refeição no Brasileirinho não quer correr o risco de encontrar um pedaço de bacon no box. Sabemos que isso acontece por aí, mas aqui nós seguimos as recomendações da SVB à risca”, garante o diretor.
A linha Veganíssimos do Brasileirinho foi idealizada para vegetarianos restritos, também conhecidos como veganos – são aqueles que não consomem nenhum produto de origem animal, desde a carne na alimentação até cosméticos que envolvam a participação de animais (como shampoos testados em cachorros, por exemplo).
O cardápio conta com as opções de estrogonofe vegano de palmito, mexidinho vegano e nhoque de batata doce, sendo que a soja é a única proteína utilizada na composição desses pratos (para o preparo são utilizados creme e óleo de soja).
Oferta e procura
A redução do consumo de proteína animal não é uma característica exclusiva do Brasil, como mostra um estudo realizado pela GlobalData: 70% da população mundial afirma que está ou reduzindo o consumo de carne, ou interrompendo esse costume definitivamente.
Para se ter uma ideia, o número de pessoas que se declarou vegana apenas nos Estados Unidos aumentou 600% nos últimos três anos. “Isso mostra que há cada vez mais espaço para o mercado crescer nessa direção e abraçar essa causa. É uma tendência que veio para ficar”, diz Ferreira.
Quem está atento a esse novo padrão de consumo é o mercado de franquias: de acordo com a 12° Pesquisa Setorial ABF Food Service 38,9% das redes monitoram tendências vegetarianas e veganas. A prática está deixando de se tornar uma escolha apenas de uma pequena parcela da população para, rapidamente, se tornar um hábito de consumo cada vez mais comum. Para Ferreira, o ideal é atrelar a necessidade do público com a necessidade do negócio: “Se temos uma procura por comida vegana, então vamos desenvolver estratégias e novos produtos para atender esses clientes da melhor forma possível. Sozinha, a linha Veganíssimos representa 15% de todo o faturamento da rede, então é uma oportunidade que não podemos deixar passar”, finaliza.