Aprovada em 2013, a lei municipal 15.947/2013, que regulamenta o funcionamento do comércio de alimentação e bebidas na ruas de São Paulo, foi sem dúvidas uma conquista do setor de food trucks no período recente. A situação, no entanto, está longe de ser perfeita, com uma grande disputa por pontos na cidade.
“Hoje a lei regulamenta o uso food truck, mas não libera seu uso na rua. As subprefeituras são que cuidam da liberação para os termos de permissão de uso em determinadas localidades. Como ainda está tudo muito no início, foram selecionados alguns pontos e desses quase 50% são ruins”, explica o sócio da rede de Food Trucks La Polenta, Alex Abbud Righi.
A rede possui dois trucks em operação que já venderam mais de 10 toneladas de polenta, além de um restaurante fixo na zona sul da cidade. As duas unidades móveis, no entanto, ainda estão fixadas em Food Parks, saída encontrada pelo setor para driblar o baixo número de vagas e pontos disponíveis pelas subprefeituras na cidade.
“Acho que a grande maioria dos proprietários quer ir pra rua, mas nós que não temos o TPU (Termo de Permissão) – e não foram lançadas novas TPU – não tem outra forma. Se a gente quer trabalhar de forma legal e certa tem que ir para um food park que tem a licença de funcionamento”, explica o empresário. Segundo ele, a saída adotada “logicamente atrai público, mas na rua o negócio de food truck tem uma efetividade maior”.
Ainda assim, Righi destaca que o negócio possui atrativos que vão além do baixo custo de operação, já que conta com número reduzido de funcionários e não precisa pagar aluguel, por exemplo. “É um ambiente muito mais descontraído e menos formal, as pessoas ficam mais à vontade e o ponto mais importante: o público consegue conversar com quem está cozinhando, consegue trocar ideia, dar opinião, visualizar a fabricação do prato dele e verificar fatores como higiene, por exemplo”, destaca.
Righi define-se como um “apaixonado” pela proximidade com o cliente que o food truck proporciona e conta que no início enfrentou todo tipo de dificuldades, como a falta de fornecedores de carros adaptados ou até mesmo de cozinha. “Existe uma certa dificuldade de instalar uma cozinha dentro de um caminhão. É completamente diferente de uma cozinha num ponto fixo com todas as suas particularidades de água, fiação elétrica e principalmente de trepidação, já que a cozinha se movimenta quase que o tempo tempo”, explica.
Já com a nova lei, o setor ainda pode ter mais clareza sobre as necessidades de um food truck, como o fator logístico, adaptação da cozinha e até mesmo de público, que já está mais familiarizado com o modelo do negócio.
“Todo mundo já sabe um pouco como o negócio funciona, inclusive o cliente que não está mais reclamando que não tem onde sentar, por exemplo, porque já entendeu que a proposta é de uma alimentação rápida, de pé, com outra finalidade, diferente de sentar num restaurante com garçom”, comemora o empresário.
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