Para ajudar a resolver o dilema de uma franquia que não dá o retorno esperado, consultamos Marcus Rizzo, um dos fundadores da Associação Brasileira de Franquias (ABF) e administrador de empresas. Rizzo tem como especialidade a estruturação de organizações franqueadoras e suas redes de franquias e já trabalhou com mais de cem redes no Brasil e no exterior. O especialista também é um dos sócios da consultoria Rizzo Franchise.
Em primeiro lugar, ele destaca que franquia só funciona com muito trabalho e dedicação. E ressalta a importância da variável “tempo”, que faz com que a expectativa de retorno de uma franquia seja bem maior do que a de investimentos passivos, como ações ou imóveis.
“Tenha em mente que o custo do dinheiro no Brasil é um dos mais altos do mundo”, diz Rizzo. Por isso, um bom retorno para investimentos passivos pode variar entre 10% e 15% ao ano. No caso das franquia, porém, levando-se em conta o tempo envolvido, a estimativa muda para 20% e 25% ao ano.
“Como o componente trabalho é fundamental, podemos considerar como razoável três anos para obter o ponto de equilíbrio (mês/ano em que o somatório de seus ganhos se igualam ao valor investido no negócio)”, completa ele.
A franquia é seu sonho?
A questão não é apenas matemática. Rizzo alerta que você deve considerar também seu desejo e sua expectativa pessoais pelo negócio e pelo retorno.
Afinal, o retorno oferecido por sua franquia pode ser comparado com outros investimentos passivos. “Se for menor talvez não valha a pena dedicar seu esforço e dinheiro no negócio”, diz ele. Mas só você pode avaliar isso.
E tenha em mente que o retorno deve ser estimado sempre antes de sua entrada na franquia. Basta consultar as informações fornecidas pelo franqueador na COF (Circular de Oferta de Franquias).
Dedique-se!
Um velho ditado diz que é o “olho do dono que engorda o boi”. Ou seja, a dedicação do proprietário é que faz a diferença. Será que isso é verdade também para franquias?
“Falta de dedicação e envolvimento com a franquia é uma das causas mais frequentes da falta de retorno”, diz Rizzo. E prossegue: “Se você se desinteressou pelo negócio e não tem envolvimento constante, converse com seu franqueador para revender a franquia.”
Faz sentido. Ninguém gosta de ter um emprego chato. Se você tiver um negócio com o qual não se identifica, o efeito pode ser semelhante para sua vida, ou seja, uma chatice!
OK, mas talvez a solução não seja tão radical quanto vender a franquia. Será que existem opções?
“Se você gosta do negócio e dedica-se a ele, explore com o seu franqueador as possibilidades de relocalizar a franquia”, orienta o especialista.
“Muitas franquias apresentam desempenho ruim por localização inadequada, geralmente fora do alcance do seu público alvo.”
Sim, o local faz a diferença, mas essa mudança pode ser uma solução cara, alerta ainda.
Por fim, Rizzo aconselha você a conversar com seu franqueador para aplicar ações de marketing que possam trazer mais receita. Também é importante avaliar seus custos operacionais, especialmente os custos fixos como locação e pessoal. Eles podem estar levando embora a rentabilidade do negócio.
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