A Pesquisa Trimestral de Desempenho do setor de franquias referente a janeiro a março deste ano, realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), demonstra que o setor permanece em ritmo de recuperação, atento aos desafios de um ambiente macroeconômico com inflação e juros em alta.
O estudo aponta que as redes de franquias cresceram 8,8% em faturamento no 1º trimestre frente a igual período do ano passado, com uma receita que passou de R＄ 39,881 bilhões para R＄ 43,380 bilhões. Na comparação com o 1º tri de 2020, quando o faturamento registrado foi de R＄ 41,537 bilhões, o avanço foi de 4,4%. Já quanto à receita das franquias no período acumulado de 12 meses, o crescimento foi ainda maior, com uma variação de 13,9% e um faturamento que avançou de R＄ 165,530 bilhões para R＄ 188,568 bilhões — um patamar equivalente ao período pré-pandemia. Este é o quarto trimestre seguido de alta do setor.
O balanço da ABF também indicou crescimento da receita em todos os 12 segmentos elencados pela entidade. Os que registraram melhor desempenho no faturamento do período foram Moda, com um crescimento de 13,5%, beneficiado pela retomada do trabalho, eventos presenciais e da consequente maior movimentação em shopping centers e outros locais de grande circulação de pessoas; Saúde, Beleza e Bem-Estar, com 13,4%, e Casa e Construção, com 9,3% – estes dois mantendo o bom desempenho registrado mesmo durante a fase mais crítica da pandemia -, seguidos por Alimentação — Food Service, com 9,1%, e Alimentação — Comércio e Distribuição, com 7%, também beneficiados com o arrefecimento das medidas de distanciamento social e a digitalização dos negócios.
A Abióptica (Associação Brasileira da Indústria Óptica), apontou em 2019, que o faturamento do setor foi de R＄22,3 bilhões. Já em relação às franquias, o crescimento apontado do setor de moda e saúde, que englobam o mercado de óticas, no mesmo ano, foi de respectivamente 5,7% e 7,2%.
Em 2022, a rede QÓculos, já sente esses impactos positivos que vem se estabelecendo há anos. Somente em 2021 foram nove unidades inauguradas da rede e já no primeiro trimestre de 2022 foram mais de 5.000 óculos de grau vendidos, 1.500 de óculos de sol e 1.500 de lentes de contato, totalizando um faturamento de mais de R＄5 milhões, crescimento de 110% entre janeiro e março, comparado ao mesmo período do ano passado.
De acordo com a analista de mercado americana, Grand View Research, entre os motivos apresentados estão a crescente popularidade do conceito de moda entre as gerações mais atuais, que fazem com que os fabricantes projetem mais modelos, com diversas características, que se tornam atraentes para o mercado, fazendo com que a economia do segmento aumente.
Outro motivo apresentado seria a de que com a pandemia, o uso de telefones celulares, telas de computador e televisões se intensificou, uma vez que os trabalhos e estudos se tornaram remotos e que esses foram um dos meios encontrados de entretenimento. Isso fez com que a fadiga ocular se tornasse mais presente entre pessoas de todas as idades e que os óculos, fossem mais do que um acessório, um item de necessidade para a saúde da visão.
“Conseguimos observar o crescimento do segmento a partir da análise de que os óculos eram vistos apenas como uma ferramenta para auxiliar na visão antigamente, e hoje em dia, não mais. A geração que vivemos já pensa no objeto como um acessório, que conta com benefícios que se adequam a necessidade de cada um, como o filtro de luz azul. Por isso, vimos os inúmeros investimentos nas principais tendências, formatos e modelos”, conta Odilon Neto, fundador da QÓculos.
Em relação ao futuro, a expectativa do fundador é de que mais 10 unidades sejam inauguradas ainda este ano, totalizando 40 espalhas pelo Brasil, e com uma projeção de crescimento de 80%, fechando 2022 com faturamento de R＄30 milhões.
