Lanche gourmet, sal gourmet, salada gourmet, até arroz e feijão gourmet. Haja paciência para este raio gourmetizador. Até agora, o termo ‘gourmet’ estava sendo demasiadamente utilizado para valorizar um determinado prato, na tentativa de venda não apenas de um simples alimento, mas sim de uma experiência gastronômica. A verdade é que isso acabou virando piada. Vimos anúncios até de padarias de bairro vendendo dois ovos mexidos com Cream cheese e café preto por 35 reais. Como era de se esperar, a onda passou e os negócios que focaram apenas nas linhas premium tem sofrido grande dificuldade de aceitação.
“Dá para ser simples na essência e ao mesmo tempo manter a qualidade, sem inventar nomes que não justificam as preparações dos pratos, por exemplo. Em muitos casos, o adjetivo gourmet serve simplesmente para justificar um acréscimo significativo do preço”, diz Lucas Atanazio, CEO do Grupo Atnzo que desenvolveu a franquia Poppys, rede de hamburguerias especializada em Smash Burgers que tem como slogan o termo “sem blábláblá”.
Para se destacar entre a concorrência, a marca fugiu do óbvio das hamburguerias gourmets, que sobrecarregam o mercado e optou em voltar às origens dos tradicionais hambúrgueres, resgatando o simples, com muito sabor.
“Hoje o cliente busca ser bem atendido, ter preço acessível e produto de qualidade, mas tudo com bastante identidade, e é isso que estamos buscando”, acrescenta Atanazio.
Outra franquia desenvolvida pela Atnzo, que acabou de chegar ao mercado e vem conquistando o coração de muitos consumidores com sua simplicidade é a Galo Zé.
De acordo com Nelson Siqueira, dono da marca, o diferencial da Galo Zé se encontra nos produtos exclusivos, rapidez e praticidade. Com a liberação do produto após o pedido em dois minutos para que a entrega seja ainda mais rápida, preparado com muita atenção e carinho.
No seu mix de produtos, a marca oferece frango, anel de cebola, batata, polenta, mandioca, lanche e pratos executivos. Nelson pontua que assim o franqueado consegue alcançar um público diversificado.
“Hoje o diferencial é não ser gourmetizado, a palavra gourmet cria um ar de produtos caros, com processo de preparo demorado. A maioria dos clientes não quer perder tempo e alimentação pode ser saborosa e simples ao mesmo tempo”.
Para Nelson, a gourmetização funcionou apenas no começo, depois os consumidores entenderam que era apenas um detalhe para encarecer os produtos. “Os clientes deixaram os extremos do gourmet de lado e estão optando pela praticidade e preço acessível na hora da refeição”.