Sim, o mundo dos negócios parece estar no chão. Abaixo dos pés. Sofreu uma pancada desde que o novo coronavírus tem varrido o mundo. Manter a calma e seguir em frente não é fácil quando você está preocupado com uma pandemia global de saúde, tendo à frente um portfólio severamente ensanguentado. Sim, eu sei. Mas é importante que os investidores se lembrem de alguns pontos-chave nesses tempos estressantes.
É péssimo falar sobre isso, principalmente de maneira direta, mas, sabemos muito bem, que é na dor que os melhores investimentos são feitos. Me desculpem a franqueza, caros leitores, eu sei que a preocupação é letal. Compartilho dela. Não estou isolado em uma ilha, tenho família, me preocupo com as consequências deste vírus devastador, mas me propus a falar sobre investimentos e, sim, vocês sabem muito bem as conquistas de quem investe na crise, seja ela de qual âmbito for.
Mas o que isso tem a ver com você? Estou falando sobre isso para que entenda a volatilidade do mercado. A frase “no pain, no gain” (sem dor, sem ganho) não nasceu nas academias, ela nasceu no ramo de negócios. Todo negócio envolve riscos, maior ou menor conforme seu próprio tamanho. É quase uma ciência exata. Então posso investir, mesmo em meio a esta pandemia? Não só pode, como deve.
Sei que investir em negócios num país economicamente instável como o Brasil e dizer que é seguro talvez seja de humor de mal gosto para o momento, mas explico: gosto de ser o capitão do navio. Negócios que envolvem público-alvo dependem quase que exclusivamente de estratégias. Diferente de negócios que envolvem majoritariamente variações e especulações impostas e desordenadas.
Como funciona o mercado em meio à crise? O pânico acontece. Histeria coletiva. E no dia a dia? Nas ruas? Na vida real, como funciona? Sejamos francos. Nem todos entram em pânico. A grande maioria dos trabalhadores, empregadores, empregados, investidores está apenas tentando levar seus filhos para a escola, dirigir para o trabalho e torná-lo um dia mais inteligente e produtivo do que foi ontem.
Os investidores mais inteligentes sabem que daqui a três meses, no pior dos cenários, as coisas começam a se estabilizar. O mercado menor, mais inseguro e suscetível, aquele que poupou água e comida, que achou que o mundo ia acabar na paralisação dos caminhoneiros, começa a gastar de novo. Este é o público-consumidor pilar da sociedade. O que come, bebe, compra, consome.
Qual a minha sugestão, de maneira objetiva? Invista em negócios. O período de implantação de um negócio vai levar meses. Então caro amigo, agora pode ser a sua hora. Quando o pânico pegar suas malas e a estabilidade microeconômica voltar a respirar, fazendo com que os consumidores do mundo real voltem a gastar seu dinheiro, é no seu negócio que irão gastar. Você começará mais forte que nunca.
Mas então começo meu próprio negócio ou abro uma franquia? Em sua explicação técnica, a franquia é licença para usar a marca e tecnologia de um determinado negócio, assim como seus produtos ou serviços cedidos mediante condições firmadas no contrato de franquia de cada marca. Quem está cedendo os direitos é chamado franqueador e quem recebe os direitos de uso da marca, assim como seu suporte, é chamado de franqueado.
As franquias nascem de negócios independentes que dão certo e devem ser replicados em modelos de negócios formatados, fornecendo a outros empreendedores segurança para a implantação em suas comunidades.
Gosto de dizer que franquias são receitas de bolo que deram certo e devem ser ajustadas para que possam ser replicadas. A mão do confeiteiro muda, mas a receita base, a essência, deve ser respeitada para que o sucesso seja alcançado.
Ótimo, já sabe o que é franquia, mas, e vale a pena iniciar uma? Abaixo separei algumas diferenças entre abrir o negócio de forma independente ou comprar uma franquia:
- Franquias – Marca reconhecida pelo público
- Negócio Próprio – Começando o posicionamento de marca do zero
- Franquias – A Franqueadora, por meio de manuais e consultores, ajuda na escolha do melhor ponto comercial
- Negócio Próprio – Empreendedor usa de seu tino comercial e escolhe o ponto comercial de seu negócio
- Franquias – Suporte da Franqueadora e seu back office na gestão do negócio
- Negócio Próprio – Empreendedor gerencia sozinho
- Franquias – A Franqueadora, mediante ao Plano de Negócios para sua região, calcula e sugere o melhor preço de venda, incluindo Fichas Técnicas de produtos
- Negócio Próprio – Empreendedor determina sozinho os valores empregados para venda de seus produtos
- Franquias – Franqueadora elabora o Business Plan, apresentando cálculos sobre Custo Operacional, Markup, Tributações, Pay Back, entre outros envolvidos
- Negócio Próprio – O Empreendedor deve realizar os planejamentos de investimentos e retornos sozinho
- Franquias – Departamento de Marketing e Publicidade disponível ao Franqueado. Baixo Investimento em Publicidade, já que os valores são divididos entre as unidades Franqueadas e direcionados conforme análise do Departamento da Franqueadora
- Negócio Próprio – Alto Investimento em Publicidade, já que o Empreendedor acaba de lançar a marca no mercado e ela precisa de um posicionamento perante ao público
- Franquias – Pagamento de Taxa de Franquia e Royalties.
- Negócio Próprio – Tais investimentos são direcionados a outros serviços
- Franquias – Autonomia limitada: dependendo da gestão da Franqueadora, o empresário pode se sentir limitado em suas ações, já que as mesmas devem ser aprovadas pelos departamentos da marca
- Negócio Próprio – Maior liberdade de decisões: O Empreendedor fica livre na condução de seu negócio, lembrando que suas decisões são de sua responsabilidade, sendo elas boas ou ruins.
- Franquias – Custos com fornecedores são reduzidos, já que, muitas vezes, a Compra efetuada pela FRANQUEADORA é em grande escala, potencializando negociações de valores
- Negócio Próprio – O Empreendedor inicia negociações e captações de fornecedores para os produtos e serviços comercializados em seu negócio
- Franquias – Franqueado tem de se identificar ou se adaptar ao perfil e atuação da Marca
- Negócio Próprio – Empreendedor é o desenvolvedor de Missão, Visão e Valores de seu negócio
- Franquias – Comprovação de Renda e Capital de Giro: Franqueadoras querem Franqueados de sucesso, sem riscos. Sendo assim, em sua maioria, exigem que seja feita comprovação de Capital de Giro para a boa conduta e implantação do negócio em seu tempo de maturação
- Negócio Próprio – Não há necessidade de Comprovação de Renda e Capital de Giro, mas é muito importante que o empreendedor calcule e reserve os valores necessários para se perpetuar no mercado
- Franquias – Know-how: Os Franqueadores passaram por todas as etapas do negócio (muitas vezes cruéis) até que conseguissem transformar sua “receita de bolo” em sucesso e replicá-la
- Negócio Próprio – O Empreendedor tem que se especializar e dominar todas as áreas de seu negócio, já que o mesmo não virá com manuais, treinamentos ou consultores
Após a avaliação criteriosa de todos esses pontos, o empreendedor deve ter meios para decidir em qual dos caminhos seu perfil se encaixa mais e por onde quer seguir.
Independente da escolha é importante que o empreendedor tenha em mente que sonhar alto é o ponto de partida de todo empresário de sucesso, mas uma coisa é certa: sonhar não é o bastante. É preciso estabelecer metas e planejar prazos para atingi-las com muita disciplina, determinação e, principalmente, muito trabalho. Não existem receitas, garantias e, muito menos, mágica. O empreendedor deve saber que a execução é tão importante quanto a ideia brilhante. É necessário fazer o básico para chegar ao grandioso.
Peço desculpas pela franqueza e indelicadeza de falar sobre esse assunto em meio ao caos instaurado, mas me propus a alertá-lo e, assim o fiz. Não pare. Não guarde dinheiro. Quer crescer em sua vida empresarial? Agora é a hora. É neste momento que os maiores investidores do mundo estão se preparando para ficarem ainda mais fortes. E é na crise, também, que os menores se tornam grandes.