É bem comum que existam unidades de uma marca franqueada em uma mesma região. Mas quando um local da cidade possuí apenas uma unidade, e a rede franqueadora abre a segunda pode gerar dor de cabeça ao franqueado mais antigo. E agora com a concorrência? O que fazer? De acordo o professor Leandro César Diniz da Silva, especialista em varejo do Centro Universitário Newton Paiva, isso não deve ser um problema e a concorrência deve ser encarada como um estimulante para desenvolver ainda mais os negócios.
Mas afinal, abrir mais de uma unidade da mesma franquia é legal perante lei? O professor explica que sim. Mas antes da abertura da segunda franquia é necessário verificar no contrato do franqueado antigo se existe essa possibilidade, pois em alguns casos pode ter uma cláusula de exclusividade na região ou área definida no contrato (cláusula raio). Porém, Silva alerta “pode ser que a exclusividade dada foi apenas de região e não da totalidade da cidade! Muito das vezes, o franqueador pode aumentar seus lucros aumentando a área de atuação. O que pode ser ruim para o franqueado não significa que seja ruim para o franqueador”.
Se ter mais unidades franqueadas na mesma região pode aumentar os lucros para o franqueador, nem sempre os resultados são positivos. “É interessante porque aumenta o número canais de venda, contudo, ao mesmo tempo pode ser que acabe gerando uma rivalidade desnecessária entre os franqueados e o franqueador tenha que ficar administrando tensões desnecessárias,” salienta o especialista.
Já para o franqueado essa concorrência pode gerar outro tipo de problema, pois mesmo que ele atenda as prerrogativas propostas pelo franqueador pode ser que o novo franqueado consiga captar mais clientes, e assim diminua seu rendimento financeiro.
Leandro César destaca que o empreendedor não deve encarar a concorrência como algo letal ao seu negócio. “Qualquer tipo de concorrência evita que o franqueado se acomode e pare no tempo ou até mesmo comece a impor condições demais ou até destratar a clientela. Uma concorrência entre franqueados do mesmo sistema pode até permitir que um use o outro como parâmetro e faça os devidos ajustes”.
O especialista enfatiza que o antigo franqueador tem ao seu favor o tempo de atuação na localidade. “Durante este tempo, é mais do que certo que o estabelecimento dele já criou (ou deveria criar) um laço de fidelidade entre ele e a clientela. Se ele, ao longo do tempo em que ele foi exclusivo com a marca sempre tratou bem os clientes, mesmo que a outra loja da mesma marca abra, a relação dele com os clientes e seus funcionários se manterá. As pessoas hoje buscam processos de compras positivos e relações humanas. Se ele fez isso, dificilmente a franquia dele vai perder muito lucro”, conclui.
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