Mais do que uma tendência, o crescimento do setor fitness reflete uma mudança cultural profunda: a atividade física se consolidou como um estilo de vida. Segundo dados do Conselho Federal de Educação Física (Confef), divulgados em 2025, o número de academias no Brasil quase triplicou em dez anos, passando de 21.541 para 59.891 empresas ativas. Em meio a esse cenário de expansão e forte concorrência, a Academia Gaviões mantém-se como uma das poucas empresas do segmento que nunca fecharam uma unidade, um feito que reflete consistência de gestão, cultura de excelência e capacidade de adaptação.
Fundada há cinco décadas por Léo e Roseli Aguiar, em uma garagem da zona norte de São Paulo, a empresa nasceu de forma improvisada, com cordas, barras de concreto, canos de ferro e latões, e foco nas artes marciais. No início, chamava-se “Gaviões do Karatê”, em referência à modalidade que marcou sua origem e cujo símbolo da ave representava força, disciplina e superação, valores que continuam guiando o negócio até hoje. O grande salto veio em 2002, quando Léo Aguiar tomou uma decisão ousada: manter a academia funcionando 24 horas por dia, todos os dias da semana, a iniciativa fez da Gaviões a primeira academia de São Paulo a operar ininterruptamente, consolidando seu pioneirismo.
À frente da expansão, Priscila Aguiar, CEO e filha dos fundadores, conduz o crescimento com base em três pilares que sustentam a longevidade e a coerência da marca:
Gestão fora da curva
Em um mercado que vê academias abrirem e fecharem em ciclos curtos, a Gaviões construiu um modelo baseado em disciplina operacional e parceria estratégica com os franqueados. “Nós não vendemos franquias; escolhemos parceiros que entendem nossa filosofia e estão dispostos a crescer com ela”, afirma a executiva.
A marca adota um modelo híbrido de expansão, permitindo cotas de participação minoritária (5% a 10%) para investidores locais, o que gera engajamento, capilaridade e estabilidade financeira. Esse formato, somado a processos padronizados e gestão próxima, garantiu à estrutura zero unidades encerradas em 50 anos de história.
Inovação como hábito
Da escolha dos equipamentos ao modelo de experiência do aluno, cada detalhe é testado, medido e aprimorado. “A modernização é parte da nossa rotina, visitamos feiras internacionais, importamos maquinários de diferentes marcas e testamos tudo antes de expandir para toda a rede”, explica a executiva. As unidades oferecem serviços 24 horas, um diferencial competitivo que tornou a empresa sinônimo de conveniência e inclusão.
Cultura de constância
Para a Gaviões, o desafio não é conquistar alunos, é fazê-los permanecer ativos. A rede entende que o verdadeiro crescimento vem da retenção e da constância, e que a fidelização é o principal indicador de saúde do negócio. Por isso, investe em estrutura, atendimento e acompanhamento, garantindo que cada aluno se sinta orientado e motivado a manter o treino. “O sedentarismo ainda é uma grande barreira, e o nosso papel é enfrentá-lo com gestão, método e propósito. Quando mantemos as pessoas em movimento, geramos impacto duplo: qualidade de vida para o aluno e sustentabilidade para o negócio”, conclui Priscila.






