Os empreendimentos do Grupo Hasegawa são um fenômeno de público e rentabilidade. Líder no segmento de salão de beleza em Belém (Pará), com nove unidades (quatro próprias e cinco franqueadas) instaladas em todos os shoppings e em outras áreas da cidade, o Hasegawa Studio de Beleza tem um faturamento médio mensal de R$ 300 mil por salão, com rentabilidade de 20 a 25 %, e ticket médio de R$ 160. Algumas unidades trabalham com 50 manicures simultaneamente e, no total, são atendidas 10 mil pessoas mensalmente na rede.
Apostando nesse sucesso, há um ano, foi inaugurada a Hasegawa Barbearia, também no Shopping Metrópole, em Belém (PA), marca que começa a franquear agora, em 2025. E, para completar a gama de serviços, em julho de 2025, nasceu o Hasegawa Spa, (no Boulevard Shopping), terceira bandeira que será franqueada pela marca.
Agora, a marca quer levar suas franquias para todo o Brasil e o início dessa expansão para fora do Pará está se dando pela capital paulista: a primeira unidade do Hasegawa Studio de Beleza em São Paulo já está em funcionamento no Plaza Sul Shopping, na zona Sul.
O curioso do Grupo Hasegawa é que o seu primeiro empreendimento, o Hasegawa Studio de Beleza, bem como todos os demais, não foi criado e nem é gerido por um cabeleireiro, uma manicure ou outro profissional da área. Seus fundadores, o casal Jéssica Hasegawa e Helyezer Hasegawa, jamais cortaram um cabelo ou esmaltaram as unhas de nenhum cliente. Helyezer é contabilista, consultor de empresas e do Sebrae. Jéssica, por sua vez, viveu mais de 20 anos no Japão e, ao voltar ao Brasil, casou-se com Helyezer, teve duas filhas, era estudante de contabilidade e ajudava o esposo em sua empresa quando a história da dupla cruzou o ramo de beleza, totalmente por acaso.
Jéssica sempre foi comunicativa e expansiva e, ao levar uma de suas filhas à escola, conheceu a mãe de outra aluna. Essa mulher era cabeleireira e tinha três salões de cabeleireiro. Jéssica ofereceu a ela os serviços de contabilidade de Helyezer e a mulher aceitou. Após entender o negócio, ele sugeriu à cabeleireira uma reestruturação de seus salões, mas ela decidiu vender os dois salões menores, ambos de 45m2.
O primeiro salão vendido foi um desastre, porque o comprador não o pagou. Com medo de novo calote, a cabeleireira o ofereceu a Helyezer, que o comprou parcelado, em 2018. “Nós não tínhamos dinheiro para comprar o pequeno salão, mas eu via potencial nele. Queria dar a Jéssica uma oportunidade de ela ter uma fonte de renda, visto que ela não estava feliz em ser contadora. Ela achou uma loucura aquela proposta, mas aceitou”.
Sem entender dos procedimentos operacionais de beleza, mas com feeling para o marketing de relacionamento, Jéssica começou a divulgar sua marca. “Eu panfletava, fazia parcerias com outras lojas, criava eventos no salão e, principalmente, ouvia os clientes. Foram diversas ações para levantar a imagem do salão, que hoje é um sucesso”, comenta.
Uma das primeiras atividades diferentes que ela implantou nesse salão foi uma tarde de drinks. “Aquele ponto estava queimado, então, eu atraí as pessoas com novidades. Contratei um barman e servi bebidinhas para as clientes – e fazia eventos regularmente. Até animadores cosplayers eu coloquei na porta do salão – e as clientes adoraram ser fotografadas com eles! Aprendi que as pessoas não vão ao salão apenas pelos serviços, mas para receberem cuidados e se divertirem”, pondera.
Em um ano e meio de muito trabalho, o faturamento do salão triplicou. E, paralelamente, Jéssica falava ao marido sobre ter uma segunda unidade, mas em shopping. “Eu tinha uma ideia fixa, que me perseguia – e eu perseguia o Helyezer, claro”, ri a empresária.
Foi quando a cabeleireira que vendeu o primeiro salão ao casal Hasegawa resolveu vender o salão que tinha num shopping e o ofereceu a eles da mesma forma, sem entrada e parcelado. “Não perdemos a oportunidade e adquirimos, em setembro de 2019, nossa primeira unidade em shopping, no Parque Shopping Belém). Foi então que apliquei o atendimento que eu oferecia na unidade Umarizal, a primeira, nessa segunda casa”, lembra Jéssica.
Inovação, acolhimento e profissionalismo
O casal Hasegawa conta que, em Belém, os salões de beleza tinham dois padrões de atendimento, basicamente: nos salões para as classes C e D, a informalidade era confundida com desleixo – profissionais sem uniformes e identificação, ambientes nada convidativos, desorganização de agendas e horários, ausência de inovação e tecnologia e muitas reclamações em relação à higiene; enquanto nos salões destinados às classes B e A, o ambiente requintado era acompanhado de frieza e distanciamento entre o cliente e os profissionais, salvas exceções. “Conversando com clientes e profissionais, percebíamos que os clientes buscam, no estúdio de beleza, uma junção de confiança nos procedimentos e profissionais; inovação no uso de técnicas e produtos; atualidade em relação à moda e, principalmente, atenção e acolhimento”.
Assim, Jéssica e Helyezer apostaram em algumas estratégias para tornar o Hasegawa Studio de Beleza um empreendimento de excelência:
– Capacitação constante dos colaboradores, com profissionais renomados trazidos especialmente para atualizações em todas as áreas de serviços oferecidos;
– Capacitações constantes, também na área comportamental, para atendimento de excelência;
– Formatação de procedimentos, atendimento, padrão visual, identificação de profissionais e agendamentos;
– Investimento em produtos e equipamentos para atualização de procedimentos;
– Realização de eventos de relacionamento com os clientes;
– Presença do gestor junto aos clientes, escutando-os.
O conjunto dessas ações diferenciaram o Hasegawa Studio de Beleza e a marca fez sucesso não só entre os clientes, mas também com os administradores de shoppings. “Implantamos um conceito novo em Belém e, por isso, passamos a ser procurados pelos shoppings. Em junho de 2021, a terceira unidade própria foi inaugurada, desta vez no Shopping Metrópole. Em 2023, demos um salto, com a inauguração de duas novas unidades, uma no Shopping Boulevard, em julho, e outra e no Shopping Pátio Belém, em setembro”, conta Helyezer.
