Poliana Custódio Correia, de 35 anos, é uma verdadeira empreendedora brasileira. Já fez de tudo um pouco, inclusive, foi vendedora de roupas, revista de cosméticos e até panetone para ajudar na formatura da graduação de Serviço Social. Mas foi lecionando aulas particulares de inglês que conseguiu abrir sua primeira empresa, uma escola de idiomas junto ao esposo. Para isso, ambos decidiram deixar o cargo em uma escola pública e enfrentar o desafio de ter o próprio negócio.
Em apenas dois meses de negócio viu o número de matrículas crescerem. Algum tempo depois resolveram aumentar a família, e assim nasceu o pequeno Daniel, hoje com 7 anos, que foi muito planejado pelo casal e nasceu em meio a livros e um novo idioma.
“A grande maioria dos meus alunos tinha entre 2 e 5 anos, então, a gravidez foi um grande desafio já que as aulas eram sempre dinâmicas e divertidas para a garotada. Quando a barriga começou a crescer, sentar-se no chão, levantar e pegar os alunos no colo exigia demais. Meu esposo precisou assumir todas as turmas durante três meses assim que o Daniel nasceu. Meu filho ficava na recepção com a babá me esperando para uma mamada entre uma aula e outra, e foi crescendo naquele meio junto a empresa”, relembra Poliana, que acrescenta que com o tempo foi necessário expandir o negócio e agregar novas atividades, além das aulas de inglês. Foram nove anos de empresa.
Hora de mudar a rota
Poliana conta que ela e o marido estavam cansados de lecionar e queriam mudar de empreendimento para dar um novo sentido à vida. Foi quando resolveram vender a casa e a empresa na cidade onde moravam, em Campos de Júlio/ MT. Esse processo levou dois anos, muito mais tempo do que imaginaram, mas a empreendedora acredita que Deus sempre reserva o melhor momento para novas portas se abrirem.
Foi em uma viagem de visita a casa dos seus pais em Tangará da Serra/ MT, em meados de 2023, que viu sua vida mudar completamente. Seu esposo Clodoaldo precisou trocar de óculos e tiveram a indicação da própria família de irem até a loja do Instituto Visão Solidária (IVS) – franquia do setor óptico que está no mercado desde 2015.
“No momento da compra não sabíamos que a loja era uma rede de franquias, mas quando retornamos para nossa casa, meu esposo recebeu um anúncio para nos tornar um franqueado e como já era desejo nosso ter um novo negócio decidimos se aprofundar e conhecer melhor a empresa, já que esse setor possui grande espaço no mercado. Mas o que mais chamou nossa atenção é a capacidade de retorno do capital investido, todo o suporte prestado, desde o primeiro contato até o momento e a capacidade da loja não precisar exclusivamente de nós para sobreviver, visto que a empresa antiga exigia muito de nós dois”, diz.
O casal voltou para Campos de Júlio e em três meses a casa foi vendida, e esse era o capital que eles precisavam para abrir uma nova empresa. Poliana pontua que resolveram escolher uma nova cidade para empreender, porque buscavam por um lugar com população maior, já que isso aumentaria também as oportunidades de o próprio negócio crescer. Nesse ponto, a própria franqueadora ajudou o casal a decidirem pela cidade de Cáceres/ MT, lugar com pouco mais de 94 mil habitantes, e distante a 500 km de Campos de Júlio, por ser uma cidade polo na região e possuir um centro de referência em residência médica em oftalmologia e comércio com espaço para o segmento.
Adaptação
“Tomar a decisão de vender a nossa própria casa não foi fácil, pois nós gostávamos muito dela. Construímos com muito suor e trabalho, e foi lá que meu filho passou os primeiros anos de sua vida. Mesmo assim, sabíamos que era a única opção para poder empreender com uma franquia, pois tínhamos em mente que iríamos investir em algo que já fosse validado e que tivesse suporte para nos ajudar em nossa nova caminhada. Foi difícil ver a casa vazia. Porém, por outro lado, estávamos felizes em saber que estávamos criando um novo recomeço para todos nós”, relembra Poliana.
Assim como toda mudança, a adaptação no início foi muito difícil para toda família, já que não conheciam ninguém e a cidade era completamente nova para eles.
Recorde de vendas
O casal, que investiu cerca de R$ 230 mil na franquia, inaugurou a nova unidade do Instituto Visão Solidária no dia 12 de março deste ano. Essa data foi escolhida a dedo por Poliana, porque é o dia do nascimento da sua mãe, Marisa, uma mulher que segundo ela, é inspiradora e guerreira, que junto a seu pai fizeram de Poliana uma mulher forte e batalhadora.
O sucesso foi logo de cara e apenas no dia da inauguração venderam mais de 60 peças, entre óculos de grau e de sol, se tornando um case com recorde de vendas em um único dia dentro da própria marca.
Já no primeiro mês de operação a unidade de Cáceres conseguiu faturar R$ 130 mil, e a expectativa da nova franqueada é um crescimento de 15% até o final deste ano, e alcançar o ponto de equilíbrio em sete meses de negócio.
A ideia central da franquia IVS é ser uma empresa que se diferencie das óticas tradicionais, através do modelo diferenciado e inovador. Com uma média anual de 60 mil óculos vendidos, o carro-chefe da empresa são os óculos de grau que representam 80% das peças comercializadas. As armações são vendidas com valor único de R$ 49,99, enquanto os óculos de sol são encontrados a partir de R$ 79,99. São mais de dois mil modelos de armações nas lojas, sendo todos de marcas próprias.
Mãe e empreendedora
Daniel continua acompanhando a mãe na loja. De manhã fica entretido com os afazeres da escola e ainda recebe a ajuda da mãe entre uma atividade escolar ou outra. À tarde ele vai para as aulas.
“Ser mãe é saber que aconteça o que acontecer, nosso pequeno está ali perto de nós, assim como antes ele vai para o trabalho comigo. Depois que me tornei mãe tudo passou a fazer sentido, ter que administrar o tempo entre trabalho e família ainda não é fácil. A cada dia é um novo desafio! Hoje nossa loja toma mais tempo que a empresa anterior, mas meu filho segue sempre comigo na loja. Gosto de poder acompanhar esse crescimento bem de perto e é importante ele ver o trabalho que os pais desenvolvem e as lições que ficam”, reflete Poliana.
Hoje o casal mora de aluguel e aguarda o retorno do investimento previsto para acontecer entre 13 e 18 meses, para então comprarem uma nova casa.