Comemorado em 24 de janeiro, o Dia do Aposentado foi criado para evidenciar a trajetória e dedicação de profissionais brasileiros ao longo de suas carreiras. Mas errado quem pensa que a aposentadoria é o fim da linha corporativa. Atualmente, diversas pessoas têm se mantido ativas após o descanso merecido. Uma das apostas é se tornar o dono do seu próprio negócio e realizar o sonho de ser empreendedor.
Segundo dados do IBGE, a população brasileira está em fase de envelhecimento e, até 2060, o percentual de pessoas com mais de 65 anos será de 25,5%. Ou seja, 1 em 4 brasileiro será idoso. Ainda de acordo com a pesquisa, a população com esta idade alcançará 15% dos habitantes já em 2034, ultrapassando a barreira de 20% em 2046. Em 2010, estava em 7,3%. Além disso, cerca de 1,6% do perfil de novos franqueados são de aposentados, segundo dados da ABF (Associação Brasileira de Franchising).
Abaixo, conheça histórias de empresários que decidiram aproveitar a aposentadoria e investiram em operações de grandes marcas brasileiras.
José Leonel Rodrigues, de 81 anos, é franqueado da 5àsec em São Paulo e engenheiro de formação. Aposentado desde 1999, ele entrou no empreendedorismo por meio da área financeira. Seu ingresso na maior rede de lavanderias do Brasil ocorreu em 2002, quando adquiriu a sua primeira unidade, pensando tanto na rentabilidade, como na segurança de fazer parte de uma empresa com anos de expertise de mercado. Em 2015, já com 15 anos da aposentadoria, ele adquiriu a segunda loja em sociedade com a filha Renata, que atualmente é responsável pela parte operacional das operações. Segundo José, não há idade para começar a empreender. Para ele ser dono do próprio negócio foi uma ótima escolha: “Sempre tive uma veia empreendedora e, após a aposentadoria, consegui colocar em prática esse sonho. Fazer parte da 5àsec é muito gratificante, pois a marca é líder de mercado e conta com presença em todo o mundo. Por isso que não parei de investir, ampliei meus negócios e motivei a minha família a embarcar nesta jornada comigo”, finaliza Rodrigues.
Para realizar um dos seus sonhos antigos, Sueli Fragoso trabalhou por mais de 30 anos como bancária. A chegada da tão sonhada aposentadoria permitiu o investimento em um negócio de alimentação que proporcionava a realização de um objetivo antigo. “Era moradora de Bauru, no interior de São Paulo, e frequentava assiduamente a Água Doce da cidade. A estrutura, pratos e bebidas de qualidade sempre me chamaram a atenção. Quando me aposentei, estudei algumas alternativas e vi que era em uma franquia da rede que iria realizar o meu mais antigo sonho. Como atuei por cinco anos em um banco na cidade de Lençóis Paulista, notei que muitos moradores iam até Bauru para frequentar a unidade da marca. Não pensei duas vezes em investir em restaurante da franquia na cidade”, comenta Fragoso, que junto com o marido José Eduardo, administram a unidade desde 2007.
Preservar a saúde mental e manterem-se ativos. Estes são dois dos motivos que levaram a executiva da área financeira, Maria Luiza Silva e o químico industrial da área têxtil, Marcelo Gomes a empreenderem após a aposentadoria. Na casa dos 60 anos, a vontade de ter um negócio próprio vem desde a juventude, mas o sonho foi adiado por vários motivos. Hoje, donos de duas unidades da Casa do Construtor, eles se veem realizados e sem vontade de parar. “Não dá para aposentar, vestir o pijama e pronto. Temos muito a viver e muito que fazer ainda”, conta Maria Luiza.
Outro ponto que os levou a empreender foi o mercado de trabalho que se mostra escasso para profissionais na faixa etária deles. “Se fossemos tentar trabalhar, não conseguiríamos emprego. Isto porque, pela idade, o mundo corporativo não nos veria mais como mão de obra útil”, diz. Apesar disso, ela acredita que empreender nesta idade traz um risco maior. “Sempre digo à nossa filha que é muito melhor empreender antes dos 30 ou 40. Isto porque nesta idade, não se pode quebrar e recomeçar, não há tempo para isso. É preciso pensar muito antes de se tomar uma decisão e ter os pés bem firmes no chão”, acrescenta.
Aposentado desde 2000, Luiz Carlos Sacchi não pretendia ‘vestir o pijama’ com a chegada da aposentadoria e, para que isso não acontecesse, foi em busca de alternativas para continuar ativo fora do mundo corporativo. Junto com a esposa, buscou negócios como um café, para ser algo mais leve e para ganharem vivência com a nova experiência. A opção de investir em uma franquia foi a solução encontrada pelo casal pela estrutura e segurança oferecida para a gestão de uma operação. “Sempre tive uma paixão por cozinha. Dentre inúmeras marcas visitadas, nos encantamos pela São Paulo I, que hoje é o Divino Fogão. O que mais nos chamou a atenção para a operação foi o desafio de ter que produzir todos os produtos na loja, diferente da maioria das redes de fast food que operam com tudo pronto”, relembra Sacchi, que está na rede há mais de 20 anos e administra o restaurante da marca no SuperShopping Osasco, no estado de São Paulo.
Rosana Figueiredo era professora universitária aposentada nas áreas de Marketing e Administração quando decidiu com o marido Marcos Diamente, administrador de empresas, empreender. Assim tornaram-se franqueados da iGUi TRATABEM há cinco anos. Na época, Marcos havia se desligado do emprego em uma concessionária de automóveis e procurava trabalhar numa atividade que gostasse. O casal, então, começou a pesquisar negócios em franquias. Por indicação de amigos, decidiram pela TRATABEM. Formada em Administração, Marketing e Planejamento Estratégico, Rosana lecionou cerca de um ano e meio após a abertura da loja. Com o sucesso da primeira franquia e pela visão de mercado do Marcos, há um ano o casal abriu uma loja de piscinas Splash, outra marca da rede iGUi. “Hoje fazemos um trabalho completo: temos as duas franquias, vendemos as piscinas e continuamos com o serviço de TRATABEM, não só de limpeza como de manutenção técnica”, explica Rosana. Atualmente, o casal emprega 13 colaboradores fixos e um free lancer em ambas as lojas localizadas no bairro do Tucuruvi, em São Paulo.
Ana Leopoldina Nazário Martins, 57 anos, aposentada desde novembro de 2019. Trabalhou por 30 anos em um banco e apesar de estar em plena forma, física e mental, sentiu a necessidade de deixar um próximo passo em sua vida. Com a ociosidade e a pandemia seus projetos de viagens e passeios foram cancelados. Isso também acelerou a vontade de ter uma ocupação formal novamente. A aposentada não tinha intenção de empreender em qualquer outra atividade que não fosse o Peça Rara, marca que acompanha desde a criação e se identificou com a causa – economia circular, mercado de second hand (segunda mão), uma paixão que a motivou a tomar a decisão de investir a previdência, adquirida ao longo dos anos de trabalho. Para concretizar o projeto, buscou uma sócia, nem tanto pelo capital, mas para ter com quem dividir as preocupações e as conquistas – amiga de longa data, Rosana Sanches Nakayama, dentista, odontopediatra e aposentada do serviço público, que se mantinha na ativa em seu consultório particular. A dupla colocou em prática a implantação do Peça Rara Brechó Dourados, cidade do Mato Grosso. “Se não fosse uma franquia acredito que seria muito mais difícil, mas uma marca já consolidada nos deu grande segurança”, afirma Ana Leopoldina. “A loja está em operação há 1 ano e meio e ainda há muito o que aprender, mas o apoio da franqueadora é contínuo, entendendo nossas dificuldades e que nos orienta na busca pelos melhores resultados. Ganhamos em experiência, novas amizades, novos desafios que nos motivam”, completa.