Segundo a Associação Brasileira de Franchising, 50% das franquias do Brasil são coordenadas por mulheres. Isso mostra que a inserção desse público no empreendedorismo está cada vez mais alta, mas também que ainda há certo preconceito a ser desmistificado. E esse é o caso da Naize Marconi e Luciana Fumagalli.
Naize Marconi
Com experiência no ramo de ótica, mas na área do marketing, onde atuava antes de investir em uma franquia, Naize sempre teve o desejo de ter o seu próprio negócio que envolvesse o varejo e a saúde, foi quando uma pesquisa com ex-colegas do ramo, indicou a QÓculos, rede de franquias de ótica.
Durante toda sua trajetória profissional, o fato de ser mulher sempre a fez se impor e trabalhar mais do que os outros, principalmente quando ocupou cargos de liderança. Mas esse rumo mudou um pouco quando decidiu finalmente ter a sua própria franquia.
“Minha família e meu marido sempre me apoiaram muito, o que, infelizmente, não me impediu de ouvir comentários preconceituosos e machistas do lado externo. Entre um dos mais chocantes, foram as perguntas direcionadas à mim sobre quem estava por trás da franquia, sugerindo alguém do sexo masculino, e eu precisava sempre reafirmar que não havia ninguém, somente eu”, conta.
Mesmo diante dessas situações, Naize complementa que isso nunca a abalou, muito pelo contrário, só trouxe mais “gás” para continuar fazendo um trabalho de excelência. De acordo com ela, empreender foi mais complexo do que imaginava, principalmente durante a inauguração, mas que está sendo uma experiência ótima, uma “loucura boa”, principalmente por ser um sonho realizado, algo que ela queria muito.
“Se eu pudesse dar um conselho para todas as mulheres que estão começando no empreendedorismo seria: não existe nada entre você e o seu objetivo, a não ser tempo e trabalho. Por isso, não se importe com o que os outros irão falar, pois eles estão todos fora do seu campo de visão”, finaliza a franqueada.
Luciana Fumagalli Martins
Já com Luciana, o peso de ser uma empreendedora mulher foi um pouco diferente. Trabalhando em cargos de liderança por 20 anos dentro de uma indústria farmacêutica, o desejo de abrir um negócio próprio veio a partir da sua transição de carreira para atuar como Coach Ontológica.
“Em 2019, durante essa mudança, aproveitei para descansar um pouco mais e aproveitar a convivência com as minhas filhas, que tinham 5 e 7 anos. Além disso, sempre tive vontade de morar próximo aos meus pais, em Ubatuba, e isso foi um combo de fatores para eu resolver abrir uma franquia na cidade, influenciados também pelo fato de que eu precisava de um tempo na minha nova carreira para chegar no patamar de ganho que eu tinha como objetivo”, explica a franqueada.
A escolha pelo setor de ótica já era um desejo, por ter familiares que trabalham como oftalmologistas, sempre esteve rodeada por esse ramo. Enquanto a decisão de ser uma franqueada da QÓculos, veio por meio da percepção de entender que a franquia oferece o que é ideal tanto para os clientes quanto para os novos empreendedores em função das suas facilidades.
“Em relação às dificuldades por ser uma mulher empreendedora, nunca me veio por meio de um preconceito direto, tanto no meu antigo emprego quanto agora, e acredito que seja porque sempre estive rodeada de mulheres inspiradoras e de pessoas que me apoiaram. Mas sempre tem aquela necessidade de se mostrar mais forte e mais competente que os outros para conquistar seu espaço, além de aprender a dividir o tempo com a vida pessoal, maternidade e cuidados domésticos”, conta Luciana.
Hoje, com a consolidação de sua profissão, Luciana e seu marido resolveram aproveitar também para expandir a franquia. E assim o fizeram, com a inauguração de mais duas unidades da QÓculos, uma em Caraguatatuba e a outra em São Sebastião.
“Minha dica é: pesquisar bastante sobre o negócio, se cercar por uma empresa idônea e ter uma rede de apoio sólida, conversando com pessoas que já estão no mercado. Não existe mágica, precisa de muito trabalho e dedicação e com certeza o resultado aparecerá”, finaliza.