A ALSHOP (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), informou que se as medidas de restrição se prolongarem além do dia 11 de abril, quando teoricamente se encerra a chamada fase emergencial no estado de São Paulo, os lojistas irão demitir até 55 mil pessoas.
Em uma pesquisa anterior, a ALSHOP detectou que 84% dos lojistas já fizeram demissões pontuais após o início da nova onda de fechamento. O estado de São Paulo tem 182 empreendimentos de compra que hoje empregam cerca de 120 mil pessoas de forma direta. Sem compensação financeira e impactos pelos recentes aumentos de ICMS, as demissões devem atingir 55 mil pessoas, considerando só empregados diretos, e outros 150 mil indiretos, funcionários envolvidos em operações de transporte, serviços de montagem e logística além da indústria.
“Temos tentado diálogo com o governo do estado e temos uma reunião prevista para esta semana, mas a situação dos profissionais do comércio é desesperadora. Após um ano de pandemia já se sabe que as aglomerações permitidas no transporte público ou mesmo nas festas ilegais, praias e outros ambientes é que proliferam o vírus da COVID-19. O comércio se adaptou aos protocolos validados pelas autoridades ano passado, especialmente os shoppings centers que agora estão fechados. Há outros estados com a mesma situação na saúde onde as lojas já foram reabertas como no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Pará entre outros”, alerta Nabil Sahyoun.
Em todo o país, 264 shoppings centers já estão funcionando enquanto o governo paulista não sinaliza uma data para a reabertura mesmo que seja parcial. “Já enviamos ofício ao governo do estado junto com mais de 40 entidades sobre a calamidade em que o comércio paulista se encontra. Não há justificativa técnica para manter o comércio fechado enquanto o estado só elevou impostos e não criou nenhuma compensação financeira. Nem mesmo as linhas de crédito estão disponíveis e acessíveis ao pequeno empresário que hoje representa 70% dos lojistas de shopping e as demissões serão desastrosas para a economia”, completa.
A ALSHOP também alerta para onda crescente de inadimplência dos lojistas nos centros de compra, o que coloca todo o setor em risco. “Vamos iniciar uma grande campanha pela volta ao trabalho unindo todo o comércio. Já havíamos feito propostas e pedimos resposta do governador João Doria. Os dados de contágio do COVID mostram que nacionalmente o número de novos casos vem caindo desde 27 de março. Em São Paulo, com tantas restrições, a pandemia não recrudesceu até agora, provando que esse fajuto lockdown não funciona. O comércio não é fonte de contágio do coronavírus mas será fonte de prejuízo social se não voltarmos ao trabalho”, alerta Sahyoun.