Em meio à pandemia, confiança do consumidor cai 10,1% em abril

Diante da quarentena implementada na cidade de São Paulo, em razão da pandemia do coronavírus, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou pelo segundo mês seguido, -10,1% em abril – de 124,6 pontos em março para os atuais 112 pontos. O Índice de Consumo das Famílias (ICF) também sofreu baixa após estabilidade em março, -7% – 98,8 pontos em abril ante os 106,2 pontos de março.

De acordo com a FecomercioSP, houve piora na percepção das condições econômicas atuais em razão da crise mundial provocada pelo covid-19. Além disso, 63,7% das famílias da capital paulista permanecem endividadas em abril; sendo que 21,6% estão inadimplentes, ou seja, com as contas em atraso, são 852.538 lares nessa condição.

Contudo, a Entidade acredita que esses números não devam subir tanto nos próximos meses, pois há controle de crédito por parte das instituições financeiras, que já passaram a restringir financiamentos, por conta da crise. Por outro lado, 87,5% dos consumidores também sinalizaram que não pretendem contrair empréstimos nos próximos três meses.

Um ponto relevante, é que 63,3% dos entrevistados consideram o cartão (débito, crédito à vista ou parcelado) a forma mais vantajosa no momento, ainda que por meio eletrônico, é o maior porcentual desde que a pergunta foi introduzida na pesquisa em setembro de 2019.

Nesse sentido, a FecomercioSP reitera a recomendação para que os comerciantes sigam disponibilizando meios de pagamento alternativos por meio online como PicPay, mercado Pago, AME, por exemplo, para que não haja a necessidade de contato físico com a maquininha de cartão. E em paralelo, também buscar as empresas de cartão/pagamento que disponibilizem melhores retornos nesse momento delicado, onde manter o giro do fluxo de caixa é ainda mais desafiador.

A Federação lembra que é importante o empresário renegociar dívidas, revisar e pedir desconto tanto aos fornecedores quanto no pagamento dos aluguéis. Além disso, deve fazer promoções para não ficar com estoques elevados.

ICC

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) paulistano sofreu sua segunda queda seguida em abril (-10,1%): – de 124,6 pontos em março para os atuais 112 pontos. Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve recuo de 8%.

Os dois quesitos que compõem o indicador registraram baixa: o Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) caiu 12,1% em abril e o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC) recuou 9,1%. No comparativo anual, as quedas foram de 3,6% e 10,1% respectivamente.

ICF

O Índice de Consumo das Famílias (ICF) também registrou baixa em abril (-7%) – 98,8 pontos em abril ante os 106,2 pontos de março. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o recuo foi menor -1,1%.

Todos os sete itens analisados sofreram queda, com destaque para Momento para Duráveis (-15,5%) e Perspectiva de Consumo (- 9,4%).

Notas metodológicas

ICC

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados de aproximadamente 2,1 mil consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura.

Os dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, se apresenta como: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.

ICF

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: Emprego Atual; Perspectiva Profissional; Renda Atual; Acesso ao Crédito; Nível de Consumo Atual; Perspectiva de Consumo; e Momento para Duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de 100 pontos é considerado insatisfatório, e acima de 100 pontos, satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, tornando possível, a partir do ponto de vista dos consumidores e não por uso de modelos econométricos, ser uma ferramenta poderosa para o varejo, para os fabricantes, para as consultorias e para as instituições financeiras.

PEIC

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. São entrevistados aproximadamente 2,2 mil consumidores na capital paulista.

O objetivo da PEIC é diagnosticar o nível de endividamento e de inadimplência do consumidor. A partir das informações coletadas, são apurados importantes indicadores: nível de endividamento; porcentual de inadimplentes; intenção de pagamento de dívidas em atraso e nível de comprometimento da renda.

A pesquisa permite o acompanhamento do nível de comprometimento do comprador com as dívidas e sua percepção em relação à capacidade de pagamento, fatores fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais agentes econômicos.