Quando idealizaram (em 2013) um negócio que vendia comida popular brasileira inbox, Jhonathan Ferreira e Adriano Massi logo de cara agregaram o sistema delivery ao empreendimento. O pedido realizado através do telefone era uma boa estratégia e garantia algumas vendas, mas, foi em 2018, após usar uma plataforma on-line de delivery é que eles viram as vendas basicamente se multiplicarem.
Se antes ocorria a entrega de 80 mil pedidos ao mês, agora, elas atingem uma marca de 200 mil, sendo responsável ainda por 80% do faturamento total do negócio. Jhonathan justifica dizendo que o mercado delivery apesar de não ser novidade está em ampla expansão e as oportunidades envolvendo o setor de tecnologia caminhando junto, garantindo assim, demasiado desenvolvimento para diversos setores – principalmente o de alimentação. “O cliente precisa comer, e com a correria do dia a dia, ele preza por aquilo que atenda a necessidade dele da forma mais fácil e rápida possível. E de preferência, através do celular; o que poderia ser um potencial problema se torna uma solução”, explica.
O empreendedor defende que os negócios que aliam tecnologia à entrega de encomendas facilitam muito a vida do consumidor e também das empresas, apresentando grandes chances de sucesso e de crescimento.
Para atender a nova demanda, o Brasileirinho, por exemplo, precisou adaptar algumas frentes. O aumento movimentou as contratações, desde assistentes e cozinheiros, até entregadores. “Quando as vendas aumentaram, o resultado foi visível na rede. Não só a equipe aumentou, como o volume de faturamento também. Nossas franquias passaram da casa dos R$100 mil, R$150 mil e até R$200 mil de faturamento em menos de seis meses e hoje ultrapassam muito esses números”, conta Ferreira.
O empresário revela ainda que a marca se tornou destaque no iFood e ganhou força com o app próprio. E isso levou a outra situação: venda de franquia. Acontece que novos interessados começaram a surgir de vários locais do Brasil, principalmente em cidades onde já havia unidade, pois os mesmos faziam um pedido online, recebiam o BOX em casa ou no escritório, e acabavam se interessando pela franquia. “Inclusive, alguns franqueados em operação com mais de dois anos, montaram sua segunda unidade, vendo o crescimento e perspectiva de evolução da marca. Casos que aconteceram no Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba”, conta Jhonathan com satisfação.
Venda garantida
Com uma margem de 100 franqueados por todo o Brasil, hoje o delivery pelo app é basicamente o carro-chefe da maioria dos franqueados; Jhonathan explica que essa margem chega a 80% do total. O sistema de entrega chega a garantir um faturamento de anual de mais de R$1 milhão aos franqueados.
Ferreira diz que o sucesso está atrelado ao hábito do brasileiro em resolver tudo pelo celular. “Hoje é muito mais do que uma ferramenta de comunicação, as pessoas utilizam o equipamento para fazer pagamentos, pedir comida, utilizar como despertador, entre muitas outras funções”, disse reforçando ainda, a teoria de que: “A sociedade quer informação rápida e fácil na palma da mão, e quando se trata de comida entra também a questão comodidade. As pessoas não querem se descolar de seus trabalhos e de suas casas para comprar algo, preferem receber e evitar filas, trânsito, economizam com a gasolina e taxas de restaurantes. Há também a vantagem econômica”, explicou.
Investimento
Parte do sucesso das vendas adquiridas hoje vem do apoio do APP próprio da rede, no qual, o Brasileirinho investiu no ano passado ao ver o sucesso com o Ifood. O aplicativo foi criado para reforçar ainda mais os canais de vendas online, e como forma de fidelizar mais o público, já que apresenta promoções e propostas diferentes para atrair a atenção do consumidor.
Atualmente o aplicativo está presente em mais de 60 cidades do país e com mais de 8 mil usuários ativos na plataforma, a expectativa a curto e médio prazo (até o final do ano) é de que todas as cidades onde a marca tem loja passem a oferecer o APP e atinja mais de 100 mil usuários.
O investimento do Brasileirinho nas plataformas digitais (APP / Site / Ifood) somam em torno de R$500 mil, além de um custo mensal relativamente alto com servidores, mensalidades, antifraude, campanhas, funcionários etc. Até o momento o retorno obtido está sendo investindo em novidades e melhorias. Tanto que, a rede está desenvolvendo a versão 2.0 do APP, com um fluxo de compra mais rápido, intuitivo, além de melhorias nas formas de pagamento entre outros.
O cenário se mostra favorável, os valores já indicam que o negócio logo venha a garantir ótimos resultados. Se antes dos aplicativos de venda, o faturamento mensal da rede era de R$2,5mi a R$ 3mi, atualmente a quantia está atingindo cerca de R$6 milhões.
Mercado aquecido por gerações
Estão saindo de campo os velhos pedidos por telefone e entrando os inovadores aplicativos de delivery. Para baixar o programa é (geralmente) de graça, o menu é detalhado, possibilita a personalização do pedido, e muitos vezes oferece promoções ou até mesmo programa de fidelização. Atrativo, não?
Mas independente da geração, todo mundo se entregou aos novos hábitos de consumo, desde os millennials aos baby boomers. Em grande parte dos países existentes o mercado anda bem aquecido, e no Brasil não é diferente. De acordo com os últimos dados da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) o setor fechou 2017 com faturamento acima dos R$ 10 bilhões.
Adriano Massi conta que o processo, por ser facilitado, auxilia no sucesso do negócio e por isso existe essa aceitação por todas as idades. Ele explica como é no Brasileirinho Delivery: na recepção há uma pessoa responsável por receber os pedidos e repassar para a cozinha. Conforme vão chegando, os pedidos são selecionados e separados por região. Depois de prontos, são entregues em até uma hora. Para que todo o processo aconteça em tempo hábil, cada unidade é orientada a ter entre três e cinco motoboys – mas claro que varia de acordo com a demanda local. E mesmo com o tempo, o box é aliado porque possui uma tecnologia na qual mantém o alimento quente chegando assim nas mãos do cliente.
Mas o empreendedor explica que para ter êxito, de fato, é preciso tomar alguns cuidados. Entre as ações que podem ser tomadas pela empresa para garantir um bom funcionamento do serviço de entregas, ele destaca o atendimento. “É importante entregar o que foi prometido e na hora combinada para que o cliente não receba a comida fria. Além disso, ter um bom armazenamento na entrega para não danificar os produtos durante o transporte”, alerta Adriano, dizendo que “Estamos vivendo uma mudança cultural do relacionamento das empresas com seu consumidor. A geração digital exige esses novos métodos de vendas e relacionamento. Situação que só tende a crescer conforme as novas tendências da tecnologia. Para que a empresa sobreviva é preciso se adaptar”, finaliza.