Hoje as jovens senhoras estão cada vez mais vaidosas e se preocupando mais com a aparência, saúde e seu bem-estar. Há tempos elas deixaram de ser as vovozinhas que até então eram conhecidas por cuidar dos afazeres domésticos e dos netos. A mulher da terceira idade está mais ativa, pratica atividades físicas cada vez mais dispostas priorizando a qualidade de vida e, claro, a vaidade.
Diogo Cordeiro de Oliveira, diretor executivo da SUAV (rede de serviços de estética para sobrancelha, depilação e esmalteria), conta que nos últimos anos vem aumentando o número de mulheres da melhor idade em busca de serviços de estética.
“Percebemos que a presença de mulheres acima dos 60 anos nos salões está aumentando gradativamente. Nos últimos cinco anos acreditamos que houve um crescimento de 30%. A expectativa é que esse número cresça ainda mais, já que elas não têm economizado tempo e dinheiro para cuidarem de si”, explica o empresário.
De acordo com ele, atualmente a terceira idade corresponde a 10% do público feminino na procura por serviços de beleza na SUAV representando o segundo maior público da rede, ficando atrás somente das mulheres economicamente ativas, de 25 a 59 anos.
Oliveira acredita que o aumento da expectativa de vida das pessoas e o índice da redução da natalidade tem favorecido essa procura. Isso porque esse público tem demostrado mais interesse em cuidar da imagem, além do mais, nos tempos de hoje as pessoas estão chegando nessa idade mais saudável e economicamente ativa.
Setor em alta
A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) apontou que o Brasil ocupa o terceiro lugar no mercado global de beleza, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos. O brasileiro dedica aproximadamente 2% do seu orçamento para artigos de beleza.
Segundo estudo da empresa AVEC – maior plataforma de tecnologia e gestão para o mercado de estabelecimentos de beleza do país – os paulistas são os que mais gastam com idas ao salão de beleza, com média de R$97 por visita ao estabelecimento, seguida dos mineiros que desembolsam média de R$90. Entre os serviços mais procurados estão cortes de cabelo, manicure, pedicure e design de sobrancelhas, segundo a pesquisa.
No franchising não tem sido diferente. É que pesquisada feita pela ABF (Associação Brasileira de Franchising) apontou que o segmento de Saúde, Beleza e Bem-Estar lidera a lista dos que mais cresceram em faturamento em 2017, com 12,1%. Somente no primeiro trimestre de 2018, o setor de beleza cresceu 1,5% do faturamento, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Seguindo esse ritmo, em 2018 é esperado que a Indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos amplie o ritmo das vendas. Com isso, o setor tem muito que comemorar, já que recentemente vivenciou um dos seus piores momentos com a recessão da economia e a alta dos tributos.
Segundo a Abihpec, tradicionalmente o setor cresce três vezes acima do aumento esperado para o Produto Interno Bruto. Devido a esse cenário, se a economia crescer 2%, haverá uma alta de 6% da indústria para este ano.
Com a retomada da economia outro fato vem chamando atenção. “É que nos últimos dois anos, o consumo considerado não essenciais sofreu uma queda e com uma melhoria da condição econômica as mulheres estão voltando a fazer a unha toda semana, cortar o cabelo, ou seja, reflexo de que está havendo uma melhoria na renda”, avalia o diretor executivo.
Nicho desperta interesse em empresas
O aumento do público sênior tem despertado nas empresas o interesse em investir exatamente neste nicho, pois segundo relatório da Consumer Generations, divulgado pela Tetra Pak, o poder de compra dos consumidores acima dos 60 anos deverá superar R$30 trilhões no mundo todo até 2020.
“Mesmo ainda representando uma pequena fatia dos consumidores, é um público que vem crescendo e merece atenção no mercado, principalmente com o aumento do poder de compra do brasileiro elas estão dispostas a investir mais em beleza. Inclusive realçar um olhar, ter sempre as unhas feitas, ou seja, vem de encontro com os serviços oferecidos pela SUAV”, conclui Diogo.
De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nos últimos dez anos o Brasil aumentou em 8,5 milhões o número de idosos. O país soma 26 milhões de pessoas acima dos 60 anos, enquanto que em 2007 esse número representava apenas 17 milhões, a estimativa é que em 2027 esse número dobre e alcance 37 milhões de idosos.