Imagine que você tem um sonho e que ele tem um preço. Ou melhor, um valor de investimento. A quem recorrer na hora de ingressar na rede de franquias que você deseja? O banco tem burocracia demais, um parente/investidor se mete em tudo. Quem vai investir e ajudar você a chegar lá? E como fará isso?
O Mapa das Franquias conversou com Marcus Rizzo para esclarecer essas questões. Rizzo é administrador de empresas e um dos fundadores da Associação Brasileira de Franquias (ABF). Ele é também sócio da Rizzo Franchise, consultoria que atua há mais de 20 anos na formatação de redes nacionais e internacionais do mercado de franchising. Confira a seguir.
Mapa das Franquias: Vale a pena financiar o investimento em franquia? Qual o percentual da lucratividade que é “mordido” pelo financiamento? Quais os riscos?
Marcus Rizzo: Para financiar negócios novos e, em especial franquias, é muito importante considerar o tempo do financiamento.
Qualquer financiamento com prazo de até dois anos é muito arriscado. Risco do tomador, no caso o franqueado, que tem neste período inicial o seu momento mais crítico, depois as despesas são maiores que as receitas até que o negócio chegue no seu ponto de equilíbrio.
Risco para o investidor que sabe ser este o período crítico e normalmente eleva os juros e aumenta o risco.
Portanto financiar a longo prazo, mínimo de cinco anos, com valores pré-definidos que possam ser suportados pelo negócio é o caminho.
Mapa das Franquias: Atualmente, existem empréstimos até mesmo para capital de giro, como o do Banco do Brasil, por exemplo. Vale a pena apelar para esses recursos mesmos com as atuais taxas de juros?
Marcus Rizzo: Até completar o período inicial do negócio (dois anos) não recomendo e acho temeroso que um franqueado inicie o negócio sem o capital de giro exigido, ou mesmo que busque este recurso com terceiros.
Mais na frente, pelo menos uns 3 ou 4 anos depois, ao ter que fazer um novo investimento no negócio ele poderia avaliar comparativamente se investe com recursos gerados pelo negócio ou acelera buscando capital de terceiros. Neste caso ele estaria utilizando as sobras (receitas – despesas) para realizar o investimento e buscaria capital de giro para necessidades eventuais do negócio.
Mapa das Franquias: O Demonstrativo de Resultados da operação consta do COF das franquias bem estruturadas. Mas como o interessado em franquia pode melhor interpretá-lo para avaliar se financia ou não?
Marcus Rizzo: Financiar é sempre uma avaliação de tempo, ou seja, se você deseja acelerar aquilo que você não tem (o capital para investir no negócio) comparado com tempo que você vai levar para acumular com recursos próprios o mesmo capital.
O fato é que normalmente você erra nas duas previsões – no tempo que acha que vai conseguir acumular ou mesmo nas receitas e despesas do negócio que vai montar.
Sempre coloque uma margem de erro de no mínimo 30%, existem tempestades não previstas no meio do caminho.
Mapa das Franquias: Em vez de um banco, apareceu alguém interessado em investir. Meu cunhado, por exemplo. Quais os parâmetros quando a relação mistura o lado pessoal? Alguma dica?
Negócios nunca deveriam ser misturados com parentes ou mesmo amigos. Mas reconheço que para iniciar é mais fácil convencer um amigo ou parente sobre o fantástico negócio que você tem do que um gerente de banco.
Duas recomendações – eles não podem interferir no negócio, ou seja, serão apenas investidores e receberão a parte dos resultados de acordo com tamanho do investimento.
A segunda, coloque no papel, faça um contrato acordo estipulando todas as combinações.
Mapa das Franquias: No cenário de crise atual, qual setor de franquia seria o menos arriscado para essa empreitada envolvendo financiamento? E qual o mais arriscado?
Marcus Rizzo: O menos arriscado é aquele negócio com o qual o candidato possui forte identificação, com o qual ele deverá trabalhar e se envolver 24 horas por dia. O setor e as características do mercado interessam apenas ao sócio investidor, que não terá envolvimento operacional.
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