A chegada da internet e mais recentemente das redes sociais mudou a forma como o mundo se comunica. Além das mensagens instantâneas, tornaram-se imediatas também a disseminação de notícias e informações e, junto com elas, da publicidade. Mercado novo e cada vez mais complexo, o mundo da comunicação digital começa a se lançar também no setor de franquias.
Grandes agências apostam no modelo de expansão via franquias para atingir clientes menores com preços mais competitivos e em localidades mais remotas do país. Esse foi justamente o caso da rede Social Lounge, criada a partir da agência Core Comunicação pela jornalista e empresária Mônica Lobenschuss, a marca conta com mais de 20 unidades franqueadas desde que passou a franquear o negócio, em 2014.
“Há três anos a gente começou a receber muita demanda de clientes de diversos lugares do Brasil em busca de um trabalho bom na área de marketing digital e como a nossa sede é aqui em SP e a gente não conseguia atender todas as regiões, a gente optou por franchising”, explica Lobenschuss.
A rede possui investimento inicial de R$ 24 mil e pode ser operada no formato home based após treinamento na área de vendas, gestão e, claro, marketing digital. Este último envolve um curso completo de social media como identificar as peculiaridades de cada rede social, qual a indicada para cada perfil de marca, ritmo de postagem, linguagem, planejamento, análise da concorrência, o relatório de métricas, entre outros aspectos.
Com isso, a marca consegue oferecer um serviço mais acessível e tangível para pequenos empresários e comércios regionais uma vez que o modelo de negócios como um todo tende a custar menos.
“Quando você contrata uma agencia você esta pagando indiretamente o custo de aluguel, encargos trabalhistas de toda a estrutura, energia elétrica, tudo o que está envolvido naquele serviço. Já o modelo home based corta tanto custo que o serviço consegue ficar mais barato e alcançar clientes menores que estavam fora do mercado e não tinham acesso a esse tipo de serviço profissional” explica a diretora da rede.
Outra marca que aposta nesse mercado é a Web4Br, franquia do Grupo VA que também foi criada a partir de uma agência de comunicação tradicional focando em pequenos e médios negócios até então fora desse mercado.
“A gente percebeu que as pequenas empresas quando precisavam de um site ou de um negócio digital muitas vezes o fazia de maneira amadora por conta própria ou precisaria ir para uma agência. E quando ele vai pra uma agência ele paga muito caro”, explica o diretor de franquias do Grupo VA, Carlos Diego Oliveira.
Ele lembra que no contexto atual, “não basta só estar na internet, é preciso estar com um bom site, com tratamento SEO (otimização de busca), fazer uma campanha no Google colocando dinheiro e muitas vezes esse pequeno empreendedor não tem tempo para planejar isso”.
Para Edney Prigol, diretor de marketing da Disk Fácil, também voltada para o marketing digital, esses clientes pequenos eram “desprezados” pelas grandes agências.“São pequenas a médias empresas e profissionais liberais que normalmente as agências desprezam porque é um público de poder de investimento menor. Na medida que você tem uma conta grande, que paga R$ 3 mil a R$ 4 mil, o cliente que pode pagar R$ 500 por mês basicamente é desprezado”, revela.
Segundo a mestre e doutoranda em comunicação digital da Universidade de São Paulo, Isadora Ortiz Camargo, essas pequenas empresas se vêem atualmente obrigadas a entrar no mundo digital por necessidade, uma vez que cerca de 90% das vendas realizadas hoje mundialmente acontecem na plataforma digital, fazendo com que essas pequenas empresas sejam forçadas a repensar seu modus operandi.
“É praticamente uma obrigação para um empresa interessada no seu público alvo precisa fazer. Os dados de mercado de consumo e consumidor tem mudado e tem forçado a barra para que essas empresas migrem não só para o marketing digital, mas para um pensamento digital mais global da sua empresa”, explica Ortiz.
Outro ponto que leva essas empresas a migrarem nos últimos anos para os serviços de marketing digital é o custo. Com o direcionamento de campanha, essas ações geram muito mais retorno se comparado à tradicional panfletagem.
“As empresas estão migrando porque estão gastando menos. O que antes era gasto em panfletagem e outdoors passa para um meme viral do Facebook onde elas conseguem um retorno de investimento mais expressivo”, reitera Ortiz.
Com isso, num cenário de amplo pessimismo econômico, essas redes estimam um ano positivo para 2016. No caso da Social Lounge, Mônica revela que já atingiu mais de 40% do total de expansão obtido ano passado, devendo superar a marca de 40 unidades em breve, sucesso atribuído ao aquecimento do setor.
“A gente impulsiona bem as vendas, mas é obvio que o franqueado tem que fazer a parte dele. Se o franqueado trabalhar direitinho, fizer o que a gente ensina no treinamento e tiver uma rotina séria, disciplina no trabalho, tem tudo pra dar certo”, conclui a diretora e fundadora da marca.
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