O setor de franquias no Brasil não para de crescer: segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), houve um aumento de 19,1% no faturamento do primeiro trimestre de 2024 em comparação ao ano anterior. A prosperidade no setor atrai muitos empreendedores, que entram pela primeira vez nesse mercado — mas será que eles estão preparados para os desafios específicos do franchising?
João Salvatori, CEO da Wash Me, conta que existem algumas habilidades fundamentais para gestores de franquias. “O perfil ideal para essa função varia de acordo com o tipo de franquia e da área, mas costuma envolver uma combinação de experiência prática e formação educacional”, aponta.
A Wash Me é uma empresa especializada em lavagem automotiva ecológica e recentemente se tornou franqueadora, com quatro diferentes opções de operação e investimentos iniciais que variam de R$ 15 mil a R$ 200 mil. Por isso, a busca por profissionais para assumir os novos pontos e representar a marca passa pelas variações desses modelos.
“Temos um perfil desejado para cada tipo de franquia disponível. Em alguns casos, precisamos de pessoas mais executoras e ‘mão na massa’. Em outros, procuramos indivíduos com um histórico sólido em áreas relacionadas à nossa operação, bem como experiência anterior em gerenciamento, especialmente no setor de serviços ou varejo”, explica Salvatori.
A partir dessas visões e da entrada intensificada no mercado de franquias, o CEO reuniu algumas dicas e orientações para quem pretende se tornar franqueado em breve.
O que você precisa para abrir uma franquia
O primeiro passo é avaliar todos os aspectos do negócio e do acordo em questão. “É importante ter uma noção da área, da concorrência, do suporte oferecido pela franqueadora e das minúcias do contrato. Também é essencial realizar uma avaliação financeira própria para ter certeza de que é possível arcar com os custos e ter o retorno planejado”, diz João.
No que diz respeito às habilidades em si, o empreendedor deve colecionar talentos como gestão de pessoas, boa comunicação, resiliência, empatia, visão estratégica e tomada de decisões. Também é preciso saber cuidar da gestão financeira, operacional e comercial.
Apesar de serem competências já relacionadas ao empreendedorismo de forma geral, elas são aplicadas de maneiras mais específicas entre franqueados. “Alguns dos desafios mais comuns nesse mercado são a adaptação ao modelo e definição de escopos e papéis. Todas as habilidades do líder devem ser utilizadas dentro do manual que é fornecido pela franqueadora, com práticas e procedimentos muito bem definidos. Portanto, toda a capacidade do gestor precisa ser direcionada dentro desse contexto”, aponta Salvatori.
Os franqueados não estão sozinhos nessa jornada, uma vez que podem contar com o apoio da franqueadora em diversas circunstâncias. Treinar e desenvolver a equipe, desenvolver um plano financeiro eficaz e ter suporte operacional quando possível são algumas situações em que essa relação se mostra sustentável. Ainda assim, no dia a dia, o gestor precisa saber como “tocar o barco”.
Por fim, quando todo o conhecimento sobre o modelo já está em dia e as habilidades também, o que mais o empreendedor pode fazer para aprimorar suas chances de sucesso? João dá alguns conselhos extras: “Recomendo uma pesquisa detalhada não só sobre o setor mas sobre a própria empresa, seja através de outros franqueados ou mesmo clientes. Se possível, buscar mentoria também é uma boa ideia. Tudo isso pode ajudar você a criar um planejamento de longo prazo, que vai desde o investimento inicial até o potencial crescimento da franquia”, conclui o CEO.
