Em 15 de março, a Água Doce Sabores do Brasil celebra 35 anos de atuação no mercado brasileiro. Para se ajustar à transformação do mercado de foodservice e às novas expectativas dos consumidores, a empresa contratou a agência IMMA para efetuar um estudo visando o reposicionamento da marca. O processo foi iniciado em 2022, tendo a brasilidade e a proximidade como fatores centrais para o rebranding, e foi finalizado em março de 2025, mês em que a franquia completa 35 anos de história. Para este ano, a meta da Água Doce é alcançar um crescimento de cerca de 20% no faturamento e implantar 10 novas unidades, priorizando cidades localizadas em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Com a proposta de diversificar formatos, são três modelos de negócios disponíveis: Master, Express e Delivery.
Fundada em 1990, em Tupã, no interior de São Paulo, a marca ingressou no segmento de Franchising em 1993. Idealizada por Delfino Golfeto, a rede foi precursora do conceito de casual dining verdadeiramente brasileiro, que valoriza a gastronomia e as bebidas autênticas nacionais, com destaque para a cachaça. Os 80 restaurantes da Água Doce, em sete estados brasileiros, apresentam pratos típicos com um toque caseiro e regional, porções generosas, drinques criativos com ou sem álcool, além de uma seleção das melhores cachaças brasileiras e o Escondidinho, prato que é o carro-chefe da casa. As unidades contam com um ambiente confortável e aconchegante, para que os consumidores aproveitem diferentes ocasiões, como almoço, jantar, happy hour e festas de confraternização.
Considerado crucial para o contexto empresarial, o reposicionamento visa algumas mudanças estratégicas em diferentes aspectos do negócio. O estudo realizado mostra a importância de focar mais na questão gastronômica, unida ao entretenimento. Além disso, foi definida uma nova persona, que passa de um público jovem para um mais maduro, focado principalmente na geração X e nas referências ligadas às décadas de 1980 e 1990.
“Quando começamos nossa história, nascemos como um bar temático, sendo reconhecido como uma cachaçaria. Ao longo dos anos, esse conceito sofreu algumas alterações com a implantação de um restaurante mais amplo, visando proporcionar uma experiência completa. Hoje, iremos reforçar a gastronomia brasileira e fatores característicos do nosso País, que são nostálgicos ao público-alvo da rede e suas atuais demandas. Na Água Doce, cada momento se torna uma chance de celebrar a vida com simplicidade e alegria, fazendo com que os pequenos prazeres se tornem grandes memórias”, revela o diretor de franquias da Água Doce, Julio Bertolucci.
O rebranding traz novos elementos para a comunicação, o design dos restaurantes e as mídias sociais, que ganharam um papel importante no ambiente digital. “Observamos que as redes sociais e o uso massivo da internet trouxeram uma lenta mudança sociocultural, fazendo com que o público buscasse outros tipos de espaços, mais nichados. Os consumidores acabaram deixando de lado a cultura de grandes bares ou restaurantes genéricos, sem caracterização ou temática, preferindo locais mais personalizados. Além disso, pós a pandemia, houve uma mudança de comportamento, com a redução de tempo de permanência em ambientes noturnos, até mesmo em restaurantes, impactando grandes espaços, sobretudo os de gastronomia ampla e tradicional”, analisa Augusto Carminati, diretor da agência IMMA.
Com o tempo, a Água Doce percebeu a necessidade de se reinventar, mudando de modelos que eram bar-casa-show, ou restaurantes tradicionais e genéricos, voltados para jovens adultos em geral, para apenas um restaurante voltado para famílias, incluindo a criação de espaços kids. O novo posicionamento eleva o conceito de “Casa da Família Brasileira”, com elementos da cultura brasileira incorporados ao ambiente, aos pratos e à comunicação. “Essa revisão estratégica também contribuirá para o lançamento de outras marcas que farão parte do Grupo Água Doce, focadas no delivery e no conceito de dark kitchen, ou seja, as cozinhas invisíveis”, exalta Julio Bertolucci.
História da Água Doce
A Água Doce foi fundada por Delfino Golfeto. Com origem humilde, o empresário trabalhou como boia-fria, estudou, se formou em Tecnologia de Açúcar e Álcool e fez pós-graduação em Gestão Empresarial. Com isso, assumiu o cargo de gerente agroindustrial em algumas usinas por onde passou. Mas um dos sonhos era abrir um espaço gastronômico, focado em proporcionar um ambiente familiar com excelência no atendimento. Em 1990, Delfino teve a ideia de aliar seu conhecimento e a apreciação por cachaças a um restaurante, criando assim a marca Água Doce.
Sem muito capital para investir, o negócio foi aberto na garagem de casa, que contava com um pequeno balcão improvisado, onde eram servidas as cachaças e os coquetéis diversificados para degustação. Além da facilidade de Delfino em selecionar boas bebidas, a esposa Silvia Maria tinha mãos de fada para preparar quitutes de dar água na boca, fatores que contribuíram diretamente para divulgar o nome e promover a fama da Água Doce, que rapidamente virou referência na região.
Já em 1993, com os processos e padrões mais maduros, a marca decidiu dar um novo passo e abriu a primeira unidade franqueada. A aceitação do mercado foi evidente, assim, o ritmo de expansão foi acelerado em 1995, atraindo investidores de diferentes partes do Brasil. A evolução continuou e, em 2006, foi criada a Central de Distribuição Logística, para atender à demanda dos restaurantes da marca, que se espalhavam por vários estados. Em 2013, a rede foi eleita pela ABF (Associação Brasileira de Franchising) como a Melhor Franqueadora do Brasil. Em 2016, a marca entrou para o “Hall da Fama” da mesma entidade, em um painel em que constam somente as empresas premiadas.
“Para me tornar empresário, ouvi meu coração. Havia conquistado uma vida profissional bem-sucedida, mas tinha sonhos a realizar e acreditava neles. No princípio foi necessário 100% de foco no empreendimento. Desde as primeiras horas do dia, era necessário viver o negócio. De fato, não havia empresas ensinando a empreender, consultorias ou modernas ferramentas de gestão. Então, este olho clínico do empreendedor era necessário para saber precificar e deixar o negócio financeiramente sustentável. E, além de todo controle administrativo e teórico, fazer da marca um templo para as pessoas se sentirem bem. Isto significa um atendimento com excelência, além de distribuir carinho a todos que prestigiavam a marca, sem se cansar. Garantir que estavam saboreando bons momentos para que a Água Doce continuasse sempre sendo a escolha certa. Empreender é acreditar, planejar e executar sem desanimar. Quando errar, erre rápido, isto é, seja humilde para corrigir rapidamente, sem teimosia. E não desista diante dos obstáculos. Não se acerta na primeira, por isso, é preciso ser forte e se rodear de pessoas boas que, acreditando no mesmo sonho, vão ajudar nos momentos mais difíceis”, finaliza Delfino Golfeto.
