Cada vez mais comuns, os aplicativos de entrega e pedidos de refeições são vistos por seus criadores e pelas redes de fast food como o “futuro do delivery”, com um crescimento de cerca de 300% ao ano segundo informações da IFood, maior plataforma do setor em toda a América Latina com mais de 500 mil pedidos por mês e cinco mil restaurantes afiliados.
“No Brasil, o delivery online ainda tem uma penetração pequena, mas se a gente olhar outros países do mundo há uma penetração muito maior. Hoje a gente cresce a mais de 300% ao ano, o que nos leva à certeza de que o delivery online é futuro do delivery no Brasil”, assegura o diretor executivo da IFood, Carlos Eduardo Moysés.
Além de dispensar a presença de um atendente próprio e reduzir o risco de erros na hora de gerar os pedidos, o sistema gera uma série de estatísticas para o estabelecimento que pode, a partir desses dados, formular promoções segmentadas, estreitar relacionamento com clientes e até mesmo aumentar o valor médio das vendas em até 25% segundo análise da própria IFood. Moysés explica que isso ocorre porque o cliente, ao se deparar com todas as informações (preço, formas de pagamento e cardápio) atualizadas e seguras, passa a sentir-se mais à vontade para fazer um pedido maior.
“A gente atua como consultor para dizer quais são os melhores endereços de entrega, onde a venda acontece melhor, qual o valor médio, um pouco de números de mercado e passamos isso para o nosso parceiro para discutir soluções junto com ele”, ressalta o diretor executivo da IFood.
Responsável pelo setor de entregas da rede BigX Picanha, Paulo Salgueiro arrisca dizer que as redes que deixam de fazer parte desse mercado estão “perdendo dinheiro”. Com 50% dos fluxos de pedidos da rede provenientes de aplicativos como o IFood, Hello Food e Pedido Já, Salgueiro almeja que a totalidade de suas entregas sejam demandadas via aplicativos não só pela facilidade, mas também pela parceria que esse modelo de entregas oferece.
“Acho que se você souber fazer a leitura e análise correta para fazer investimento em marketing e buscar novos clientes você vai longe. E o bom do site é que posso fazer isso com um parceiro, que investe nisso junto comigo”, destaca Salgueiro. Com experiência no setor, o consultor de campo da rede Big X Picanha já passou pelas principais redes de fast food e é o responsável implementar um eficiente sistema na Big X.
“Hoje eu posso estranhar um pouco o sistema, mas amanhã meu filho vai ter a minha idade e vai estar completamente habituado com ele. Então esses 100% que eu falei que pretendemos chegar, ele vai existir. Isso é fato. Não é achismo, é algo que vai ocorrer em breve, muito em breve”, aposta. Segundo ele, entre as grandes redes, aquelas que não estão aderindo a parcerias com as empresas de aplicativos disponíveis no mercado estão, de alguma forma, desenvolvendo o seu próprio site ou aplicativo.
“Eu ainda não achei vantajoso ter plataforma própria porque para montá-la é preciso um volume muito grande de pedidos e uma força de marca maior. Mas o MC Donalds e o China in Box são exemplos de redes que possuem plataforma própria”, explica Salgueiro.
Com o início das suas operações em 1992, a China in Box nasceu voltada exclusivamente para entregas e tronou-se a maior rede do segmento de delivery de comida oriental da América Latina, com 164 unidades. Com todo esse tamanho, a rede hoje possui um sistema próprio de entregas online e observa com atenção o desenvolvimento desse mercado.
“Se por um lado a gente acha que é positivo porque eles fomentam o mercado de delivery como um todo e ajudam o consumidor a criar esse hábito, por outro lado os aplicativos também aumentam a concorrência nesse mercado”, avalia o vice-presidente da Trend Foods, Carlos Sadaki. Segundo ele, apesar de deter um sistema próprio de entregas, a rede não descarta associar-se aos aplicativos existentes atualmente no futuro.
“A gente tem o nosso próprio sistema hoje, mas não descartamos a entrada nestes aplicativos. Estamos acompanhando o desenrolar do desenvolvimento deles, mas não tomamos a decisão se vamos entrar ou não”, explica o executivo.
Sadaki avalia que cerca de 20% dos pedidos realizados atualmente para a rede China in Box sejam efetuados via plataforma online, número que tem crescido ano a ano. Entre as razões para a disseminação dos aplicativos entre os consumidores, o executivo destaca a comodidade e o fato de a nossa sociedade estar cada vez mais conectada.
“Essa comodidade de estar na mão do cliente tem facilitado essa migração. Agora, temos também um outro público mais jovem que está conectado na internet e que tem movimentado esse mercado”, avalia o vice-presidente da Trend Foods.
Atualmente sem um sistema de pagamentos online, como ocorre com os aplicativos disponíveis no mercado, Sadaki revela que a rede tem desenvolvido o próprio sistema de pagamentos online para realizar um “e-commerce de fato” e fazer, por si própria, o que teria que fazer a partir de parcerias que poderiam custar uma taxa de 10 a 12% sobre o valor total dos pedidos.
“Faz um ou dois anos que a gente acompanha o mercado de tecnologia e conversa com especialistas. Realmente, o grande mercado hoje está nos smartphones. Por isso nós estamos desenvolvendo um sistema de pagamento que tornará o nosso aplicativo em um e-commerce de fato”, revela o executivo.
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