De Norte a Sul do Brasil: franchising incentiva a migração

Em busca de novas oportunidades, franqueados apostam na mudança de cidade para abrirem seus negócios e obtêm sucesso

O último balanço da Associação Brasileira de Franquias apontou que o franchinsing tem se mostrado mais maduro que nunca. Prova é que, mesmo com a pandemia, as redes de franquia continuaram a expandir. Apenas no primeiro trimestre de 2021, foram abertas 3,3% mais unidades contra 2,3% no mesmo período do ano anterior. E abir uma nova unidade de uma franquia é um dos motivos que levam empresários ou futuro empreendedores a mudarem de cidade ou estado. Alguns vão e se estabelecem de forma permanente, como Thelma e José Henrique, que acalentavam os sonhos de abrir um negócio próprio e morarem no litoral e se tornaram franqueados da Casa do Construtor na capital do Rio Grande do Norte. Outros, por sua vez, se mostram mais inquietos, como os paranaenses Francielle e Maurício, que montaram uma unidade da Oral Sin, em Divinópolis, interior de Minas Gerais, mas já começaram a preparar a mudança para Petrópolis, serra fluminense. O motivo? Abrir uma nova unidade da Rede. Confira mais detalhes destes e de outros cases de quem migrou, se tornou empresário e não arrepende de nenhum dos dois movimentos.

Eles venderam tudo e se mudaram com apenas duas malas

Moradores de Jaguariúna (SP), a advogada Thelma Elita Bueno Melo e seu marido, o dentista José Henrique Kemp Philomeno, vislumbravam a abertura de um negócio próprio. Seguindo o conselho de um amigo, franqueado da Casa do Construtor – a maior rede franqueadora de locação de equipamentos para construção civil e soluções para o dia a dia da América Latina -, decidiram abrir uma unidade. Como em Jaguariúna já havia uma franquia, passaram, então, a buscar cidades do litoral, se possível, na região nordeste. E eles conseguiram. Em abril de 2013, venderam tudo em regime de “porteira fechada” e se mudaram para Natal com apenas duas malas. O sucesso foi tamanho que, até o fim do ano, abrirão a segunda unidade, no município de Parnamirim.

Pioneirismo que rendeu frutos

Jomar Oliva, administrador de empresas, foi o primeiro franqueado da 5àsec. Em 1994, ele conheceu a marca por meio de um amigo, que comentou que estava chegando ao Brasil uma rede de lavanderias francesa. Paulistano “da gema”, nascido no tradicional bairro italiano da Mooca, desejava sair da metrópole, onde trabalhava na área de transportes, para ter uma vida mais tranquila no litoral do nordeste com a família. Levar a marca 5àsec, até então uma novidade no País, para Fortaleza, capital do Ceará, foi sua decisão. Assim, em outubro de 1995, junto com sua esposa, inaugurou a primeira unidade da rede no bairro Meireles. O sucesso do negócio fez com que o empresário abrisse outras sete lojas num intervalo médio de dois a três anos, tornando-se um mutifranqueado da rede. Atualmente, o casal administra oito lojas.

Recompensa à vista

Marcos Benetti trabalhava como vendedor externo e, por este motivo, viajava muito por todo o Brasil. Foi nas viagens que ele conheceu a Água Doce Sabores do Brasil, já que sempre que tinha oportunidade jantava em um restaurante da rede. Natural de Oswaldo Cruz, em São Paulo, Marcos conhecia alguns franqueados da marca que o incentivaram a investir no negócio. Durante as férias foi até Tupã, no interior paulista, conhecer a sede da franqueadora e saiu de lá apaixonado pelo conceito da marca, mas sem dinheiro para investir. Ao surgir a oportunidade de se tornar franqueado, o empresário que morava em Maringá, no Paraná, não encontrou um ponto que o agradasse. Neste ínterim, o proprietário da unidade de Água Doce de São Carlos, também no interior de São Paulo, estava fazendo o repasse da operação. Ele não pensou duas vezes ao largar sua vida no Paraná e se mudar para o interior paulista. “Vendi meu carro, apartamento e junto com minha esposa e meus filhos mudei de cidade. Muitos me acharam louco por largar toda uma estabilidade para investir no próprio negócio. Hoje vejo que meus atos foram recompensados”, revela. Há 11 anos como franqueado, Benetti tinha 46 quando se tornou empreendedor. Foram dois anos para estabilizar a casa e quitar todas as pendências, mas atualmente, a unidade são-carlense figura entre as 10 com maior faturamento e, durante a pandemia, está no top três da rede.

De volta onde tudo começou

Natural de Tupanciretã, no Rio Grande do Sul, Jamila Leal Moura migrou para Santa Maria, cidade há 100 km de distância, para cursar Direito. Formada e responsável por um escritório de advocacia, a advogada voltou para sua cidade natal após se casar. Há oito anos atuante na área do Direto, a jovem de 29 anos decidiu mudar os ares e investir em um negócio que não tivesse ligação com sua formação. A oportunidade surgiu no final de 2020 com a Calçados Bibi. “Analisei o comércio e o segmento de calçados infantis e notei que era um negócio promissor e muito bom para investir, já que os pés das crianças estão em constante desenvolvimento e precisam de calçados com conforto e qualidade. Além disso, a marca já fazia parte das minhas pesquisas como franquia para investir”, comenta. Para abrir uma loja da Bibi, Jamila se mudou novamente para Santa Maria. A escolha da cidade se deu pelo histórico de empreendedora no local, pelo tamanho, a quantidade de habitantes e por ser próxima de Tupanciretã e outros municípios. “A unidade foi aberta em junho de 2021 e, em menos de 15 dias, nós já batemos a meta de venda estipulada pela franqueadora”, finaliza.

Sócios nos negócios e na vida

O casal William Brás Simões e Lorena Cessel Campo resolveu se unir e dar uma guinada na vida e nos negócios. Eles trocaram o status do relacionamento de namoro para casamento e tornaram-se sócios em uma unidade da Royal Face – rede de franquias especializada em harmonização facial e corporal com preços acessíveis -, em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Ao conhecerem o plano de negócios da Marca, se encantaram com o suporte ao franqueado e, com segurança, abraçaram a ideia de ir para um lugar no qual nunca tinham ido. Depois de um estudo de viabilidade, abriram a unidade em setembro de 2020. Mesmo com muitos desafios e sem conhecer ninguém, conseguiram montar equipe, adequar o imóvel e gerir com sucesso o negócio. E o casório? Adiado por conta da pandemia, foi remarcado para novembro de 2021.

Determinação e foco para uma carreira meteórica

Quando tinha oito anos, o pai de Tiago Araújo conseguiu um emprego em Cedral se mudou da capital do estado levando toda a família consigo. Mas, o que ele não suspeitava é que a mudança não seria apenas de endereço, como também de vida. Com pouco menos de 10 mil habitantes, a cidade do interior de São Paulo, próxima a São José do Rio Preto, abriga a sede brasileira da iGui – maior fabricante e comercializadora mundial de piscinas em poliéster reforçado com fibra de vidro (PRFV). Determinado, ele começou a trabalhar aos 12 e, enquanto vendia pães, traçou um objetivo profissional: ser executivo. Para isso, a única saída seria estudar e Tiago fez todos os cursos nas áreas de administração e contabilidade que conseguiu. Após passar por várias empresas, ingressou na iGui, aos 22 anos. Visionário, o CEO da Empresa, Filipe Sisson, vislumbrou naquele jovem determinado um executivo da área de Expansão. Tempos depois, o sonho do garoto tinha se realizado, mas ele ainda queria mais. O executivo sonhava, agora, em ser empreendedor. Aos 31 anos, em outubro de 2020, veio a segunda realização: ele se mudou para e Brasília e assumiu a unidade da iGui no Distrito Federal.

Malas quase prontas para nova mudança

A paranaense de Londrina, Francielle Castro dos Santos Campano Cesário atua na Oral Sin desde 2016 e, dentro da empresa, já passou por funções como protesista, avaliadora, treinadora e gerente técnica. Em suas inúmeras viagens, nas quais ministrava treinamentos para as equipes, começou a perceber que há, ainda, um grande potencial para a abertura de novas clínicas. Surgiu aí a vontade de empreender. Depois de muitas pesquisas, a cidade escolhida para a primeira unidade foi a mineira Divinópolis. O negócio deu tão certo que a segunda já está em fase de implantação, em Petrópolis. Nesta empreitada, ela não está sozinha. Seu marido, o professor e profissional da área de Tecnologia da Informação, Maurício Campano Cesário, deixou dois empregos no sul para atuar na parte administrativa da clínica.