Compra de microfranquias exige atenção redobrada em tempos de crise

Com a economia em marcha ré e queda generalizada nos investimentos, modelos de franquias mais compactos, como as microfranquias, têm ganhado espaço no mercado. O formato mais enxuto é um dos destaques que as marcas apresentam essa semana na Expo Franchising ABF Rio, feira que pretende movimentar R$ 200 milhões em vendas de novas unidades em plena crise.

“Em meados do ano passado a crise se aprofundou e nós tivemos no mercado toda uma redução em investimentos de compra de franquias, bem como no consumo em geral”, conta o presidente da Patroni Pizzas, Rubens Augusto Junior, que apresentará na feira a Patroni Expresso, modelo compacto com investimento inicial de R$ 150mil (bem abaixo dos R$ 450 mil iniciais de uma loja convencional da marca).

“Estávamos crescendo cerca de 25% ao em número de lojas até o ano passado, quando essa taxa caiu para 14% em função dessa crise toda. Isso nos levou a evidentemente encontrar alternativas para manter o crescimento e apresentar ao mercado um projeto que com certeza vai de encontro ao momento atual”, explica o executivo.

O modelo, idealizado no início de 2014, entrou em operação em novembro passado a partir de uma unidade própria, localizada em Guarulhos, na Grande São Paulo. Só passou a ser vendida em maio deste ano e desde então já teve onze unidades vendidas com a estimativa de 50 lojas em todo o país até 2016.

A aquisição de franquias enxutas, no entanto, deve ser feita com cautela redobrada, aconselha o consultor e sócio da Rizzo Franchising, Marcus Rizzo. Segundo ele, “a maioria absoluta dos franqueadores que estão vendendo essas microfranquias nunca operaram esses negócios que estão vendendo ou não têm unidades próprias”.

“Isso significa que eles não têm experiência no negócio que eles estão vendendo e, supostamente, o que eles deveriam estar vendendo para um franqueado inexperiente é justamente a experiência”, lembra o administrador, que critica a abertura desse tipo de modelo para atender mercados menores. Segundo ele, essa movimentação sinaliza que “modelos anteriores não estavam dando certo”.

“Só depois de operar várias unidades próprias, continuar operando e testar exaustivamente o novo modelo é que eu posso efetivamente vender franquias. Caso o contrário é trabalhar futuros franqueados como ratos de laboratório”, destaca Rizzo.

Ele explica que é preciso estar atento quanto a redes que estejam mais focadas em vender novas unidades do que com a estruturação da rede, o que denota um risco considerável no investimento.

Há 31 anos no mercado de alimentação, o empresário e presidente da Patroni Pizzas, Rubens Augusto Junior, classifica como “temerária” a situação de marcas que lançam-se no mercado de franchising sem uma experiência prévia.

“Existe uma diferença grande de quem está começando agora e monta uma microfranquia para começar a franquear. Essa é realmente uma situação temerária porque precisa de uma estrutura, ter um negócio por trás funcionando para você poder colocar em operação”, explica o presidente da Patroni. Segundo ele, só depois de testado e realizado todos os ajustes da operação da Patroni Expresso foi que o modelo passou a ser comercializado.

Diante da enorme oferta de franquias de baixo investimento inicial, o consultor Marcus Rizzo lembra que é preciso desconfiar de vendedores e corretores de franquias, que intermedeiam a operação com o único intuito de vender o máximo possível.

“Um franqueador que se utiliza de corretor dá mostras de pouco profissionalismo porque, se ele não está preparado para vender a sua própria franquia, ele muito certamente não estará preparado pra entregar aquilo que foi vendido por um terceiro”, lembra Rizzo.

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