Empreender é pintar fora da linha: aprendizados de uma jornada no franchising

Por Leonardo Arruda, fundador da Decor Colors

Empreender, para mim, sempre foi o ato de criar novas cores onde só existiam superfícies neutras. Pode soar natural vindo de alguém que trabalha com tintas especiais, mas minha trajetória nunca foi sobre o produto – e sim sobre o que ele possibilita: reinvenção, transformação e liberdade. Ser empreendedor é isso. É explorar novas possibilidades, consciente de que o processo de criação é contínuo, e que cada movimento nos aproxima de algo maior.

Quando fundei a Decor Colors, não fazia ideia da proporção que o negócio tomaria. Tudo começou com uma inquietação: o mercado de tintas parecia preso a uma lógica antiga, técnica demais e emocional de menos. Faltava humanidade. Faltava entender que ninguém compra tinta; compra a possibilidade de mudar um ambiente, um estado de espírito, uma fase da vida. Simboliza novos começos, novas possibilidades. Reinventar.

Ingressar no franchising foi um dos passos mais importantes e desafiadores da minha jornada. Importante porque multiplicar um modelo de negócio exige visão de longo prazo. Desafiador porque, a partir desse momento, você passa a compartilhar caminhos com pessoas que investem tempo, energia e expectativas no mesmo propósito.

Aprendi rápido que o papel do fundador muda totalmente nesse processo. O empreendedor solitário dá lugar ao líder que pensa no coletivo. Não existe “eu” no franchising. Existe “nós”. Quando essa chave vira, o negócio muda. E você muda junto.

Empreender no Brasil exige resiliência emocional, mental e, em muitos sentidos, até artística. É improvisar, ajustar e recomeçar como quem pinta uma parede e, no meio do processo, descobre que a luz natural altera tudo. Já enfrentei fornecedores que desistiram, erros de produção, crises que pareciam intransponíveis e momentos em que o futuro era um rascunho borrado. Hoje, entendo que esses capítulos foram essenciais. Não existe jornada empreendedora sem desafios. Existe empreendedor que aprende rápido.

Acredito que o futuro da franchising e do empreendedorismo brasileiro passa por negócios que entendem que performance e sensibilidade não são opostos. A nova geração de empresas precisará equilibrar inovação, impacto social, tecnologia e resultado. Quem ignora qualquer um desses aspectos corre o risco de ficar para trás.

Minha trajetória me ensinou algo simples: assim como uma parede muda completamente quando recebe uma nova cor, a vida de alguém também pode mudar quando encontra uma oportunidade. É isso que me move todos os dias. Empreender é criar possibilidades. É assumir o risco do novo.

É olhar para uma superfície em branco e enxergar tudo o que ela pode vir a ser. E, acima de tudo, é não ter medo de pintar fora da linha.