Varejo paulista registra crescimento nas vendas pelo terceiro mês consecutivo

O comércio varejista no Estado de São Paulo continua demonstrando melhor desempenho nas vendas deste ano do que os valores apurados ao longo de 2016. Em maio, o varejo paulista apontou alta de 5,6%, na comparação com o mesmo mês de 2016, alcançando faturamento real de R$ 50,4 bilhões, aproximadamente R$ 2,6 bilhões acima do valor apurado no mesmo período do ano passado. Com essa elevação, o setor já acumula três meses de crescimento no faturamento real na comparação interanual. Nos cinco primeiros meses deste ano, as vendas no varejo foram 3,3% maiores do que o mesmo período de 2016, com faturamento R$ R$ 7,8 bilhões superior. Considerando os últimos 12 meses, o setor apresentou alta de 2,5%.

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).

Em maio, todas as 16 regiões analisadas pela Federação apresentaram crescimento no faturamento na comparação com maio de 2016. Os maiores avanços foram observados nas regiões de Araraquara (10,9%), Ribeirão Preto (8,9%) e ABCD (8,5%).

Das nove atividades pesquisadas, oito mostraram aumento em seu faturamento real em maio: concessionárias de veículos (13%); lojas de móveis e decoração (13%); eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (12,6%); autopeças e acessórios (10,3%); farmácias e perfumarias (10%); materiais de construção (5,6%); supermercados (3,8%); e outras atividades (2,3%), que juntas, contribuíram com 5,6 pontos porcentuais (p.p.) para o resultado geral do varejo. Somente o setor de lojas de vestuário, tecidos e calçados apresentou estabilidade em relação ao ano passado, com variação de -0,2%, não influenciando no resultado geral.

Segundo a FecomercioSP, em maio, as circunstâncias econômicas e políticas foram mais favoráveis do que no ano anterior, e o varejo mais uma vez respondeu positivamente a esse cenário. As quedas dos juros e da inflação, as melhorias na renda agrícola e das exportações e a injeção dos recursos de FGTS vinham compondo um quadro de sustentação da recuperação do consumo varejista, mas o indicador mais relevante, de acordo com a Entidade, foi a queda nos índices de desemprego, -0,7 ponto porcentual no segundo trimestre, significando uma redução liquida de cerca de 650 mil desempregados no País.

Essa retomada do emprego no segundo trimestre de 2017, depois de nove índices negativos sucessivos, na análise da Federação, pode ser considerado o resultado positivo socialmente mais relevante entre aqueles obtidos recentemente, além de ser essencial para a consolidação do processo de recuperação, não apenas das vendas do varejo, mas de toda a economia.

Expectativa

De acordo com a FecomercioSP, os resultados de maio não alteraram a expectativa e a projeção de vendas para o fim do ano divulgadas no relatório anterior da Entidade. Embora ainda persistam fatores de turbulência no quadro político, o modelo adotado pela Federação para projetar o desempenho do varejo analisa o comportamento atual de variáveis econômicas determinantes do consumo que, até o presente, não mostraram mudanças relevantes.

Ao contrário, além da permanência da trajetória de quedasda inflação e dos juros, houve recordes positivos na balança comercial, bom desempenho do PIB trimestral e melhoria no nível do emprego. Com isso, e considerando o resultado consolidado de abril das vendas, as projeções da FecomercioSP continuam apontando para um crescimento anual de 5% em 2017, no faturamento real do varejo paulista.

Varejo paulistano

As vendas do varejo em maio na capital paulista apresentaram um crescimento de 5,5% no seu faturamento real em relação ao mesmo período do ano passado. Considerando a série histórica a partir de 2008, foi o sexto maior resultado do varejo paulistano para um mês de maio. A cidade atingiu uma receita de R$16 bilhões no mês, R$ 831 milhões maior do que a receita registrada em maio de 2016.Com esses resultados, a região acumulou no ano alta de 4,9%, que em termos de valores atuais representa crescimento de R$ 3,6 bilhões em relação ao apurado entre janeiro e maio do ano passado.

Oito das nove atividades analisadas apontaram crescimento emmaio, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, com destaque para os segmentos de concessionárias de veículos (12,9%), farmácias e perfumarias (11,2%) e supermercados (3,9%), que, em conjunto, contribuíram com 4,1 pontos porcentuais (p.p.) para o resultado geral.

No sentido inverso, a única queda foi observada na atividade de lojasde vestuário, tecidos e calçados (-1,4%), que impactou negativamente com 0,2 p.p. nas vendas do varejo paulistano em maio.

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, após dez meses consecutivos mostrando desempenho nas vendas do varejo superior ao observado na média do Estado, a capital paulista mostrou crescimento discretamente inferior em maio. Entretanto, a Entidade aponta que alguns aspectos ainda mais relevantes podem ser destacados desses resultados:por exemplo, todas as atividades varejistas na cidade de São Paulo, à exceção de vestuário, tecidos e calçados, registraram crescimento na taxa acumulada no ano até maio, como ocorre no Estado, mas, na capital, a performance foi muito superior – 4,9%, contra 3,3% no Estado. No acumulado dos últimos 12 meses, o melhor indicador cíclico e de tendência das séries mostrou um crescimento de 3,9% na capital, o seu maior patamar nos últimos 35 meses.

Diante desses números, a Federação aponta que ficou claro que o varejo paulistano demonstrou um vigor expressivo nesses cinco meses iniciais de 2017, dado que representa nítido processo de recuperação do ciclo recessivo iniciado em meados de 2014.Persistindo essa tendência, aFecomercioSP aponta que o faturamento real anual do comércio paulistano pode alcançar 6,7% de crescimento em 2017. A única maneira de alterar essa estimativa, segundo a Entidade, seria o desenrolar dos fatos políticos atuais.

Nota metodológica

A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades).

Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.