O que acontecerá no Franchising em 2017? Especialista aposta na união de marcas

2016 acabou e o mercado ainda aguarda a movimentação política e financeira para se decidir por novos investimentos. Se, por um lado, há uma certa esperança de que a Economia melhorará, por outro há a dúvida de quando isso acontecerá e o investidor está ressabiado. “Ao analisar os números do varejo, vemos que não houve uma movimentação positiva, houve a estagnação de alguns setores e até a retração de outros. Por isso, também, há quem tenha medo de apostar em um negócio próprio e as franquias estão com dificuldade de encontrar novos franqueados”, diz Patrícia Cavassani, advogada especializada em Franchising e Varejo.

Com essa dificuldade de se expandirem, muitas redes iniciaram um movimento lateral, unindo-se às concorrentes. “Quando a ideia é ganhar corpo, marcas com dez, 15 unidades franqueadas, procuram por outras semelhantes e se unem, podendo assim obter os benefícios de se tornarem maiores”, explica a advoga. Tais benefícios são a capacidade de comprar em escala, conseguindo dos fornecedores maiores descontos; arrecadação mais polpuda de taxa de publicidade e maior capilaridade – o que promove melhor a marca e a torna mais conhecida e desejada e até melhor aproveitamento de equipes, o que se traduz em redução de custos operacionais. “Essa é uma forte tendência não só para 2017, mas para os próximos anos. As franqueadoras sobrevivem da taxa inicial de franquia e, posteriormente, dos royalties mensais. Com poucas unidades franqueadas, a arrecadação é baixa e as contas não fecham. É preciso ter uma rede maior para inovar, ter melhor equipe, investir em tecnologia, produtos, serviços…”, comenta Patrícia.

Já as marcas que buscam fundos de investimento precisam ter um grande número de unidades franqueadas ou ser bem conhecidas para se tornarem atrativas. “Há marcas que são bem grandes, mas desconhecidas nos grandes centros, já que cresceram apenas em suas localidades de origem. Outras, apesar de famosas, não possuem muitas unidades franqueadas. Os fundos avaliam a capacidade de crescimento das famosas ou de fama das grandes”, ensina.

Perspectivas jurídicas
No campo jurídico, Patrícia Cavassani diz que tramitam alguns projetos de alteração da lei 8.955/94, que rege o sistema de franquias no Brasil, cuja aprovação gera grande expectativa no mercado. Um deles, por exemplo, determina que só poderão franquear empresas que já operam há dois anos aquele negócio. “Essa regra traria mais segurança ao sistema porque certamente teríamos mais negócios já testados”, cita. Outra ação aguardada tramita no STF e versa sobre a incidência de ISS sobre a taxa mensal de franquia (royalties), algo que afeta todo o sistema de franchising e que inviabilizaria diversos negócios.

Investidor deve ficar atento às armadilhas
Em relação aos modismos, que todos os anos insistem em aparecer, Patrícia Cavassani alerta o investidor ao fato de que opções de “franquia” muito atrativas, que oferecem investimento muito baixo e alta lucratividade ou retorno extremamente rápido, devem receber atenção e desconfiança redobradas. “Com o desemprego em alta, agora surgiram opções home based ou home office que, na verdade, não são franquia, são representação comercial. Se você não replica um modelo de negócio, não é um franqueado. Fique atento a tudo o que parecer fácil demais, porque o barato sai caro. Pesquise, procure informação de qualidade e oriente-se para não cair em armadilhas. Obviamente, há empresas sérias no mercado, mas, o retorno do investimento é sempre proporcional ao valor investido e não há vendas exorbitantes num país em crise”, finaliza.

Clique aqui e cadastre-se para receber informações exclusivas. É gratuito