Jovens simplificam abordagem de venda, criam ações e faturam R$8 mil ao mês com home based

Ítalo Ribeiro da Costa, 29 anos, e Anderson Ribeiro da Costa, 27, são irmãos e sócios. Há três meses investiram R$10 mil no negócio da PremiaPão (rede de franquias com foco em propaganda em saco de pão), se tornaram franqueados, e hoje já levantam R$8 mil de faturamento no mercado de microfranquia.

Os jovens investiram na região Feira de Santana (BA), já que a área em que moravam, Salvador (BA), já estava ocupada. Mas apesar do contratempo, enfrentaram o desafio do novo, mudaram de cidade, simplificaram algumas formas de abordagem de venda da mídia e levaram o tipo de serviço para outro patamar, focando em vendas para grandes empresas, e fazendo ações especiais com as padarias e com o público consumidor. A recompensa veio em forma de resultados, e o melhor, em pouquíssimo tempo.

Atuante no sistema home based, os trabalhos da PremiaPão consistem em captar o possível anunciante (PME – Pequenas e Médias Empresas) interessado em expor sua marca nos sacos de pão e posteriormente distribuir o produto gratuitamente pelas padarias da região. Mensalmente ocorre um sorteio nacional. Nele, consumidores precisam apenas preencher o cadastro no site com o código presente no saco e pronto, já estão aptos a concorrer!

O começo
Antes de se tornarem franqueados da marca, os irmãos se aventuraram bastante em outras terras. “O Anderson era do setor público, previdência privada. E eu era um monte de coisas! Estava perto de concluir a faculdade em biotecnologia, ensinava inglês, criei projetos e tive startups (mobilidade). Também iniciei negócios no ramo de alimentação, até com algum sucesso, mas nós não conseguíamos nos ver em uma vida muito estável. Sempre fomos muito interessados em empreendedorismo e essa afeição aumentou muito depois da crise, porque tudo estava muito difícil, reunimos a fome com a vontade de comer”, explicou Ítalo.

Os irmãos contam que conheceram a rede por meio de uma pesquisa na internet. A busca era por um negócio que pudesse ser rentável e com o menor tempo possível de retorno. Estudaram algumas propostas e decidiram fazer a aquisição da franquia. “Na verdade quem encontrou a PremiaPão foi Anderson e eu não tive nenhuma objeção, a simples apresentação da ideia já me fez abraçar. Eu tinha certeza que era a grande oportunidade”, disse Ítalo.

O começo, apesar de difícil, foi divertido para os sócios, principalmente por estarem “apaixonados e crentes no desenvolvimento do negócio” – como se descrevem. “Não foi muito fácil. Sair da nossa cidade para começar um empreendimento exigiu muita vontade e ousadia. Mas a necessidade nos uniu, o sonho nos guiou, a fome de vencer nos faz continuar incansavelmente, independente das barreiras”, filosofa Ítalo sobre a sua história.

Território novo
Abundantes concorrentes, mídia relativamente nova, mercado pouco conhecido. O primeiro passo dado pelos franqueados? Estudo, muito estudo sobre o cenário “desfavorável”. Percepção: “Buscamos saber o que estava dando certo e errado e após muita avaliação, decidimos ‘perder’ dinheiro para conquistar espaço. Entendemos que não adianta vender cada módulo (área da propaganda) por um preço alto se a publicidade ficaria pouco visível. Quem paga não imagina na hora, mas depois que vê fica insatisfeito”, conta.

A solução, segundo Ítalo, foi criar um diferencial. “Propomos artes novas para conquistar o anunciante, e trabalhamos bastante para mostrar a ele os benefícios da nossa mídia. Sugerimos cupons de desconto como forma de maior atração e muitas vezes tivemos que aceitar partes do pagamento em permuta. Dessa forma, não só conseguimos melhorar o nosso vínculo com o anunciante para ganhar credibilidade, como também, mostramos que queríamos nos tornar consumidores ativos de seus serviços. Mas antes disso, precisamos selecionar o público alvo – não se poderíamos trabalhar as cegas. Nós investimos na captação das melhores delicatéssens (casas comerciais) da cidade, as quais tem um público A, B e C e com isso, encontramos empresas diretamente ligadas a esses públicos. Até porque sabíamos que o impacto poderia ser maior com anúncios maiores e mais bonitos de marcas famosas da cidade”, revelou Anderson.

Mas não parou por ai, ele ainda conta que foi necessário a implantação de outras estratégias. No caso das padarias, o plano foi criar uma forma de aumentar o vínculo dos consumidores com o pão e o interesse do cliente com o consumo. “O jeito de provocar isso foi com a mesma tática da PremiaPão – o prêmio. A diferença é que separamos duas partes do saco para esse propósito, um anunciava o prêmio da franqueadora, já o outro, o nosso cupom. Assim, quando as pessoas arrancam o cupom, provam para nós que elas estão absorvendo as informações dos saquinhos, aumentando a chance de visualização das publicidades e de uso dos cupons de desconto. Quando a pessoa recorta a cédula para participar, precisa consumir, e toda vez que consome tem uma chance. Colocamos as urnas nas padarias, na fila do pão! Todo mundo precisa voltar lá, as padaria adoraram e é uma briga só pra ver onde será o sorteio”, relevou.

Os empreendedores associaram as ações aos trabalhos de mídia digital. De acordo com eles, esse é um dos maiores segredos. Ambos estão o tempo todo postando conteúdo, marcando os anunciantes, anunciando e sendo anunciados também por meio deles – aumentando e ampliando o vínculo com pessoas e interesses.

Feedback positivo!
O mercado ainda tem certa resistência devido à novidade e ao processo de divulgação e sua eficiência, “mas o tempo e a boa venda ajuda nessa relação e crença”, fala Ítalo. O temido concorrente, segundo o jovem fechou as portas! A franquia teve pelo menos seis mil cupons já circulados e está sendo procurada cada vez mais pelos anunciantes. “O resultado tem sido bem positivo, mas pode ser muito melhor. Todos os nossos anunciantes são excelentes clientes e alguns planejam fechar pacotes de divulgação já no período de um ano. Mas nosso interesse no momento, é diversificar o saco e estabelecer um padrão melhorado com várias marcas conhecidas. O faturamento bruto está acima de R$8 mil, porém, investimos o dinheiro em transporte, vestes, publicidade, promoter, banner, urna, reduzimos preços, fizemos parcerias, enfim, nosso “lucro” atual em dinheiro é o suficiente para nos manter bem nessa cidade que é nossa nova moradia”, esclareceu.

E planos não acabam. “Mas muitos deles só serão descobertos no futuro (rs) – somos moldados pelas necessidades dos demais. Entretanto já conseguimos visualizar algumas possibilidades como impressões tecnológicas que tenham realidade virtual, por exemplo, além de estudar o tamanho das sacolas. Estamos sempre estudando, sempre escutando, sempre mudando”, finaliza o primogênito.

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