Franquias adotam medidas para ajudar franqueados a superar a crise

Apesar do segmento de franquias aparentar ser uma ilha dentro da crise econômica e política pela qual passa o Brasil, com previsões de crescimento apregoadas pela ABF acima da média e expansões que levam a crer que tudo vai bem, franqueadores de grandes redes já se movimentam para ajudar os franqueados a superar quedas de faturamento observadas em alguns pontos de vendas.

“Agora e é um momento complicado para o varejo de maneira geral. Os números de vacância dentro dos shoppings centers estão assustadores. Os shoppings consolidados inaugurados até 2012, a vacância de lojas fechadas representa 9,2% das lojas. Já nos novos, que foram abertos de 2013 até agora, esse número vai pra 45%”, conta a diretora-executiva da Nutty Bavarian, Adriana Auriemo.

Ela conta que a rede tem apresentado bons resultados, mas teve queda em março o que “assustou um pouco” a rede. O mesmo ocorreu com a China House, que em 2015 teve queda no faturamento próximo de 5%, o que deve se repetir este ano.

“Se a gente pegar ano sobre ano a queda é violenta, algo acima de 10% em dois anos, mas em vista do que está ocorrendo no mercado, a gente pode bater palmas”, conta o diretor de franquias da rede, Jorge Torres.

Para se fortalecer diante deste cenário, Torres destaca que a rede dobrou o número de reuniões com franqueados este ano, intensificou as análises de custo e fechou parceria com fornecedores para realizar mais promoções.

“A palavra promoção é uma palavra que brilha aos olhos de todo mundo nesse momento. Se a gente passa um mês sem promoção e volta a ter em seguida a gente sente que a recompra do cliente é mais frequente do que quando não tem promoção”, destaca Torres.

Na opinião de Auriemo, da Nutty Bavarian, o momento é de arregaçar as mangas e realizar ajustes para evitar desperdício. “A mensagem que agente tenta passar para os franueados é que quando estava tudo bem a gente até podia deixar uma ou outra coisa passar, mas com a situação atual a coisa muda”, conta.

Ela revela que além das medidas de contenção de custos e maior rigor na gestão das unidades, a rede passou a ter um maior rigor na seleção de novos franqueados nos critério de localização dos novos pontos, uma vez que o tempo de retorno do investimento tende a ser alongado em cenários como o atual.

“A franqueadora tem que ter a responsabilidade de não sair vendendo unidades para resolver o seu problema e causar problema para o franqueado. Os dois lados precisam ter muito cuidado e ver todos os custos e benefícios”, lembra a diretora-executiva da Nutty Bavarian.

Já Torres alerta pra a necessidade de estar atento ao fluxo de clientes e quedas no faturamento, o que levou a rede a não repor mão de obra nos últimos meses e reduzir a média de funcionário por unidade de 15 para 12.

“Não só na nossa rede, mas em qualquer negócio o principal ponto que precisa atentar é o fluxo de clientes, queda de faturamento. E é o que mais pega: ter muita despesa, o faturamento cair e o franqueado demorar pra checar isso. Nesses casos não tem jeito, tem que sangrar e cortar custos”, conclui o diretor da China House.

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