Dia das Crianças inspira otimismo cauteloso, avalia professor da FGV

Pesquisa nacional, divulgada pela Federação do Comércio (Fecomércio) e Instituto Ipsos, revela que o Dia das Crianças deve movimentar, em todo o país, cerca de R$ 7,3 bilhões, com gasto médio de R$ 118,87 por pessoa. Mas, os dados revelam que menos da metade dos consumidores, 40%, pretendem presentear.

Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), o aumento das vendas será bem tímido, apenas 1,60% em relação ao ano passado e deve chegar a R$ 382,1 mi entre os dias 1º e 12 de outubro, de acordo com a Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic). A data, porém, perto da performance apresentada pelo comércio até agora, deve animar os lojistas após a fraca movimentação de Campinas na Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia dos Pais. Brinquedos constituem a maioria dos presentes apontados por 59% dos consultados, seguidos por roupas (27%), calçados (7%) e bicicletas (3%).

Segundo o doutor em Economia, André Nassif, professor da IBE-FGV e da Universidade Federal Fluminense (UFF), a data inspira um otimismo cauteloso devido a diversos fatores. “Para começar, os dados recentes do aumento do produto real ou PIB do comércio têm sido frustrantes. Além disso, a taxa de desemprego aumentou muito e avançou para 12 milhões, correspondendo a 11,8% da força de trabalho brasileira”, elenca. Por isso, ele não acredita que as datas festivas sejam dinâmicas o suficiente para promover algum tipo de reação mais consistente do comércio.

“Por outro lado, os índices de confiança estão melhorando. Mas acentuadamente nos últimos três meses houve uma inflexão nestes dados”, destaca.  Segundo o professor, os dados mostram que a confiança nas expectativas futuras está melhor do que nas condições presentes. “Ou seja, o consumidor ainda continua achando que a situação corrente está muito ruim, embora ele acredite que as coisas lá na frente devam melhorar”, explica Nassif.

Para o Dia das Crianças, a variação deve ser positiva, mas se comparada com outras situações onde as vendas “bombaram”, não será uma maravilha. Para ele, é mais provável que as condições sejam mantidas. “O movimento de reversão desta situação deve acontecer mais no ano que vem”, analisa.

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