Custo de vida na região metropolitana de São Paulo tem alta pelo segundo mês consecutivo em outubro

O custo de vida na região metropolitana de São Paulo subiu 0,42% em outubro. No acumulado do ano, o indicador registrou variação positiva de 3,51%, e nos últimos 12 meses, a elevação foi de 4,79%. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Entre as nove categorias que compõem o indicador, apenas a de Habitação sofreu variação negativa em outubro, com leve decréscimo de 0,18%. Por outro lado, o segmento de Transporte foi o principal responsável pela aceleração do custo de vida no décimo mês do ano, com alta de 1,43%. Em 2018, o grupo acumulou variação positiva de 3,87%. Nos últimos 12 meses, a alta foi de 6,92%.

O segmento de Alimentos e bebidas também influenciou o indicador, com elevação de 0,37%. No acumulado de 2018, apontou altas de 4,51% e de 5,51% (nos últimos 12 meses). Os alimentos descrevem alta de preços pois superam a média da inflação para ambos os períodos em questão.

Na segmentação por renda, as classes D e C foram as que mais sentiram o aumento dos preços em setembro, encerrando o mês com altas de 0,43% 0,44%, respectivamente. A classe A  foi a que menos sentiu os aumentos em outubro, encerrando o mês com variação positiva de 0,22%.

IPV 

O Índice de Preços no Varejo (IPV) obteve alta de 0,43%, ante o aumento de 0,93% em setembro. No período compreendido entre janeiro e outubro, apontou acréscimo de 3,51%. Em 2017, o IPV acusava altas de 0,45% em outubro e de 1,14% no dado anualizado.

Dos oito segmentos que compõem o IPV, três encerraram o mês com queda em seus preços médios no comparativo com agosto: habitação (-1,03%), saúde e cuidados pessoais (-0,45%) e despesas pessoais (-0,10%).

Por outro lado, o segmento de Transportes foi o principal responsável pela alta dos preços outubro (1,49%). Esse grupo acumulou a maior variação entre todos os demais no acumulado em 12 meses, de 9,64%. Em 2018, verificou-se acréscimo de 6,16%. O subgrupo de veículo próprio apontou alta de 0,22%. Já o subgrupo dos combustíveis acusou elevação de 2,63% no mês, tendo como destaque aumentos em etanol (4,28%), gasolina (2,41%) e óleo diesel (2,05%).

Os Alimentos e bebidas também sinalizaram preços mais elevados em outubro, com alta de 0,37%. Nos últimos 12 meses o aumento foi de 6,41%. No acumulado de janeiro a outubro, de 6,06%. De acordo com a FecomercioSP, a oscilação de preços, embora acima da média da inflação nos dados acumulados, está centrada nos itens que possuem sazonalidade, por isso, é natural que os preços variem. Os principais destaques observados no décimo mês do ano foram: batata-inglesa (20,24%), tomate (32,78%), salmão (9,47%), abacaxi (4,51%) e pera (4,35%).

Na segmentação do IPV por faixa de renda, as classes B e C foram as mais prejudicadas, com variações positivas de 0,48% e 0,47%, respectivamente. Já para as classes E e A, o IPV apontou acréscimos de 0,36% e 0,32%, consecutivamente.

IPS

O Índice de Preços de Serviços (IPS) subiu pelo segundo mês consecutivo, com aumento de 0,41% em outubro. No acumulado dos últimos 12 meses, os serviços obtiveram variação positiva de 4,95%. No período compreendido entre janeiro e outubro de 2018, houve uma elevação de 3,5%.  Considerando os dados de 2017, o indicador apontou aumentos de 0,48% no mês e de 5,78% nos últimos 12 meses, findos em outubro do ano passado.

Os oito segmentos que compõem o IPS obtiveram aumento em outubro. O setor de Transportes apontou alta de 1,32% em outubro. Nos últimos 12 meses, obteve acréscimo de 2,01%. No entanto, no período compreendido entre janeiro e outubro de 2018, houve leve queda de 0,30%. Os destaques do mês ficaram por conta de ônibus interestadual (1,08%), passagem aérea (8,76%), seguro voluntário de veículo (2,35%) e lubrificação e lavagem (2,98%).

O segmento de Saúde e cuidados pessoais foi o segundo a puxar a alta, com aumento de 0,65%. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor apontou acréscimo de 9,19%. No período compreendido entre janeiro e outubro de 2018, a alta foi de 7,37%. Os subgrupos que se destacaram foram: dentista (0,22%), fisioterapeuta (0,71%), hospitalização e cirurgia (1,02%), exame de imagem (0,51%) e plano de saúde (0,77%)

Na segmentação do IPS por faixa de renda, as classes A e B foram as que menos sentiram as variações, altas de 0,14% e 0,37%, respectivamente. Já para as classes E e D, o IPS apontou acréscimos de 0,49% e 0,5%, consecutivamente.

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o custo de vida na cidade de São Paulo mostra sinais claros de aceleração, especialmente em comparação ao ano anterior. Tantos os produtos como os serviços seguem com alguma pressão de alta e, pelo fato de as altas estarem centradas em grupos de alta representatividade na composição do índice geral, não se pode descartar efeitos de uma restrição orçamentária, especialmente para as famílias de renda mais baixa.

Segundo a Entidade, ainda é esperado um decréscimo no preço dos combustíveis, impactando no segmento de transportes, tendo em vista a redução anunciada pela Petrobras durante o mês de novembro.

Metodologia

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços e o IPV, 181 produtos de consumo.

As faixas de renda variam de acordo com os ganhos familiares: até R$ 976,58 (E); de R$ 976,59 a R$ 1.464,87 (D); de R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33 (C); de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23 (B); e acima de R$ 12.207,23 (A). Esses valores foram atualizados pelo IPCA de janeiro de 2012. Para cada uma das cinco faixas de renda acompanhadas, os indicadores de preços resultam da soma das variações de preço de cada item, ponderadas de acordo com a participação desses produtos e serviços sobre o orçamento familiar.