Confira como reduzir os riscos ao lançar um novo produto

Em um mercado cada vez mais heterogêneo e competitivo, o lançamento de novos produtos é uma característica essencial para a sobrevivência de uma marca frente a seus concorrentes. Seja na forma de agrado aos clientes ou de reformulação de identidade, a concepção e aplicação dessas inovações precisam passar por algumas etapas de planejamento tão essenciais quanto o próprio lançamento.

Consultor de Marketing do Sebrae São Paulo, José Carmo Vieira de Oliveira destaca quatro etapas principais do processo de elaboração de novos produtos que podem reduzir os riscos de rejeição de mercado e evitar uma série de ajustes de percurso que encareceriam o produto final com o perigo de até mesmo inviabilizá-lo.

“Seguindo todos os passos, o processo vai minimizar os riscos de o produto não ter aceitação porque vai permitir detectar o problema antes de ele ser colocado um grande volume dele no mercado”, explica o consultor do Sebrae.

Definir objetivo

Carmo explica que antes mesmo de iniciar qualquer atividade para colocar um novo produto no mercado, o franqueador precisa definir qual o objetivo dessa inovação, deixando claro o que se espera alcançar com ela.

“O franqueador vai verificar mercado, fazer uma pesquisa e ver se existe demanda ou não para esse produto. Isso é fundamenta saber”, ressalta o consultor do Sebrae. Segundo Carmo, a pesquisa pode ser feita de forma pulverizada no caso de franquias espalhadas pelo país ou a partir de uma “unidade-piloto”, espécie de modelo em que é possível encontrar um público “mais homogêneo possível”, como explica Carmo.

“O teste com esse público vai dar as características de todo o contexto da franquia”, ressalta o especialista.

Desenvolver um conceito

Uma vez definido o objetivo do novo produto, está na hora de desenvolver o chamado “conceito” do produto, basicamente um protótipo do que será o produto final.

“Se é um produto alimentício, será necessário fazer uma degustação; se é um serviço, pode-se reunir um gupo de pessoas para testar o serviço… Tudo isso tem que ser feito para ver se o produto está correto no que diz respeito ao público alvo da franquia”, explica Carmo.

Estratégia de marketing

Se o produto passar pelos testes realizados com o seu protótipo, ou seja, seu modelo-conceito, será a hora de testar suas estratégias de marketing. Neste caso, avalia-se como será seu lançamento e a sua divulgação, passando desde a sua apresentação até a definição de custos e público alvo.

“Além de verificar como é que será a divulgação desse produto e todo seu aspecto de marketing, essa fase do planejamento também precisa fazer uma análise de viabilidade econômica do produto”, explica Carmo.

Por isso, a estratégia também deverá definir os aspectos econômicos do novo produto, como preço de venda e revenda e margens de lucro.

Teste de mercado

Finalmente, antes de produzir o novo produto em escala para toda a rede, Carmo destaca que é essencial realizar um teste de mercado após cumprido todos os requisitos para verificar a sua viabilidade.

“Ao invés de lançar para todo mundo, o ideal é fazer um teste, um lançamento do produto para ver se está tudo certo e se não há nenhum erro”, aconselha o consultor.

Em outras palavras, a última fase do processo de pesquisa de desenvolvimento vai reunir todas as informações obtidas até o momento e aplicá-las em um cenário real, mas em menor escala, ainda em caráter de teste para verificar se o produto final condiz com as pesquisas realizadas.

“Se o teste não coincidir com a pesquisa, será preciso verificar se o problema é o produto em si (e adequar o produto de novo aos conceitos orignários que estavam na pesquisa). Se não for isso, talvez seja necessária uma nova pesquisa”, destaca Carmo.

Longo caminho

O processo todo é longo. Maurício Borelli, diretor de relacionamento do Inoivando, rede de franquias de marketing digital especializada em casamentos, conta que a franquia demorou cerca de três anos até estar pronta para ser lançada como novo produto no mercado.

Com o maior crescimento registrado em 2014 ante os demais setores de franquias, o produto desenvolvido por Borelli junto com seus sócios faz parte de um segmento com maior expectativa de crescimento para o ano de 2015.

“Já existiam outros sites semelhantes na época, mas não havia nenhuma ferramenta específica para atender o prestador de serviços e os noivos para que o casal montasse a festa. Era tudo muito vago”, conta o diretor que participou também da fundação do site.

No entanto, apesar das pesquisas, Borelli destaca que a aplicação do conceito do Inoivando funcionou também como mecanismo de aprimoramento da plataforma. Entre os exemplos de ideias que funcionavam no papel mas que não se mostraram efetivas na prática, o empresário cita a tentativa de oferecer orçamentos pré-moldados para os clientes.

“Quando começamos as reuniões com os fornecedores encontramos diversos problemas para colocar isso em prática. Muitos se recusaram a elaborar um orçamento-modelo por possuir outras formas de trabalho”, conta Borelli.

Atualmente o site aposta na prestação de serviço, absorvendo demandas como o agendamento de visitas a partir de uma base de atendentes próprios.

“Isso é uma outra ideia, de um novo produto, junto com diversos outros que estamos desenvolvendo internamente. Esse é um processo constante”, ressalta o empresário que destaca: é preciso planejamento e muita persistência para desenvolver uma nova ideia de produto.

“Acho que vale a pena sempre uma pesquisa longa, ir a fundo com o máximo de detalhes possível e realmente colocar no papel a ideia: planejar, ouvir bastante o mercado e até lançar o produto para fazer algumas contas e sair do achismo”, aconselha o empresário.

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