Proativas, pessoas de meia idade podem ser bom negócio para setor de franquias

A aposentadoria um dia chega para todos. Você já pensou o que fazer quando chegar a sua hora? Algumas pessoas pensam em viajar o mundo, outras em cuidar da família, e tantos querem apenas descansar. Entretanto, há quem não se enquadre nesse perfil e quer mesmo é continuar se sentindo útil no mercado de trabalho. 

Exemplo disso é o ramo de empreendedorismo que está fortemente representado pela meia idade.  Uma pesquisa realizada pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em 2015, registrou que 30% dos empreendedores em estágio inicial tem entre 45 e 64 anos. No que se refere a empreendimentos estabelecidos, esse número sobe para 59%.

Mesmo depois de passar a vida toda se dedicando como funcionários, eles decidem empreender por conta própria e optam pelo ramo de franquias como caminho. Vicente de Lima Pinto, 62 anos, dedicou oito anos a uma grande companhia no ramo de energia elétrica. Até então engenheiro, ele foi desligado do trabalho aos 60 anos após um corte de funcionários. Segundo ele, por conta da crise econômica e por falta de oportunidades no ramo de atuação, a solução foi buscar alternativas, por isso, após um período de estudo e reflexão, resolveu abrir o próprio negócio.

Há aproximadamente um ano ele conduz uma unidade de uma franquia especializada em pagamentos eletrônicos (Acqio Franchising). A experiência pesou na hora de decidir pela modalidade, entre a venda de maquininhas e gerenciar os franqueados da sua área de atuação, ele optou por esta segunda. Hoje ocupa a posição de FDA (franqueado de desenvolvimento de área), sigla atual para o antigo termo: máster-franqueado.

O trabalho do babyboomer exige bastante dele. Além de prospectar novas franquias, ele supervisiona a sua rede de franqueados (investidores da sua região), apoia o franqueado em visita a clientes estratégicos, representa a franqueadora em ocasiões solicitadas e executa atividades operacionais de entrega de equipamentos ao cliente final. É ele ainda, quem realiza treinamentos e reciclagens!

Desafios

“O início foi difícil para mim, por ser tratar de algo novo eu precisei estudar bastante o negócio para entendê-lo. E provei para mim mesmo que apesar da idade e competição com os mais jovens, nós temos nossa importância no mercado de trabalho – principalmente pelo know-how e sabedoria que adquirimos ao longo dos anos. Esse foi o maior desafio, provar para mim mesmo de que sou capaz independente de qualquer situação. Estou com 62 anos, mas com muita disposição para o trabalho, esporte e tudo que a vida pode proporcionar”, relatou.

Hoje o empresário proativo fatura um bom dinheirinho, de acordo com ele, o equivalente a R$6.500 ao mês.

Aos olhos do franqueador

Kawel Lotti é diretor executivo da Acqio. De acordo com ele, ter na rede pessoas com mais idade é bom para os negócios. Isso porque esse grupo possui em sua bagagem capacidade e conhecimento para tomar decisões, o que os torna ainda bons líderes e consequentemente, geradores de bons resultados. “Observamos que essas pessoas estão mais motivadas do que nunca, inclusive, até mais que os jovens, em alguns casos. Eles realmente se dedicam ao negócio e fazem a sua parte. Conduzir uma operação franqueada é isso, receber respaldo, mas se empenhar também. Basicamente, o segredo do sucesso”, explicou.

Lotti diz ainda que outro benefício é o respeito que os mais experientes passam ao mercado. Seja na hora de fechar contrato, lidar com os franqueados, entre outros, os empreendedores com mais de 50 anos passam um ar sereno de responsabilidade e confiança, e por isso, as chances dos trabalhos se desenvolverem positivamente são maiores.  

Com mais de 550 franqueados por todo o Brasil, atualmente 30% pertence a classe mais madura. Segundo Kawel, a rede se enquadra nos mais variados perfis, mas preserva, respeita e considera a essência dos “mais velhos”, por isso, ao contrário do que pode se encontrar no mercado, não abre mão desses investidores que buscam se associar a marca.