O natal das franquias em shopping center

Dezembro é o mês mais aguardado do ano para o comércio varejista, face ao aumento considerável das vendas provocadas pelo natal.

No atual cenário econômico, a modalidade de franquias para o segmento do varejo tem crescido por conta do interesse dos empresários em desenvolver sua própria marca. O incremento dos negócios possibilita a entrada em novos mercados, ganho de vendas em escala, maior poder de barganha, diminuição de custos com tecnologia, infraestrutura e, acima de tudo, o fortalecimento da marca para enfrentar a concorrência.1 

Os shoppings oferecem diversas vantagens para quem quer montar uma franquia. Segurança, conforto, conveniência e o potencial de vendas que, em alguns casos, são melhores do que em lojas de rua. Em contrapartida, os custos da cadeia produtiva dos shoppings centers são muito mais altos para os lojistas.

Calculados por metro quadrado, os custos ordinários dos shopping centers – alugueis, condomínio e taxa de propaganda – são influenciados pelo aumento de vendas do mês de dezembro.

O aluguel é afetado pela cobrança do 13º aluguel ou do aluguel percentual, pois, no mês de dezembro, este encargo é dobrado. A eventual diferença do aluguel percentual com base no faturamento do lojista deve ser calculada de acordo com o percentual previsto no contrato, caso seja ultrapassado o ponto de equilíbrio (venda “ideal” do lojista)2

As despesas com o condomínio também sofrem influência em consequência do aumento de fluxo de clientes neste período. É necessário investir em maior segurança e conforto para obter qualidade nas prestações de serviços aos clientes. O aumento nas despesas de consumo de energia geradas pelas decorações de Natal dos shopping centers, igualmente, influenciam de forma considerável neste custo.

Em razão das campanhas de marketing que envolvem o período de Natal (decoração, promoções e campanhas publicitárias) o Fundo de Promoção vem acompanhado, normalmente, de cota-extra, influenciando, também, no aumento dos custos dos lojistas para este período.

O aumento nas despesas ordinárias no período de festas em um centro comercial é justificado por uma gestão planejada do empreendedor, pois cria uma sinergia entre as empresas dos lojistas e o shopping, aumentando a produtividade de todos por meio das facilidades e induções ao consumo. 

Através do aumento considerável nas vendas, mesmo acompanhado do acréscimo dos custos nas operações, o empresário consegue ascender sua lucratividade média de 10% para 20% sobre as suas vendas. Por exemplo: mercadorias 55%; custo ocupacional (aluguel condomínio e fundo de promoção) 15%; funcionários e demais despesas administrativas 20%; e lucro 20%.

Portanto, o lojista deve se planejar adequadamente para aproveitar as oportunidades provocadas pelo crescimento do consumo no mês de dezembro, pois os números justificam o otimismo do setor.

(1) PEREIRA, André Luis Soares. Franquia 100% varejo & servilos, Outras Letras, 2006.

(2) KARPAT, Ladislau. Shopping center: manual jurídico. Forense, 1999.

 

Fabiano Lopes, advogado especialista em contratos, PUCSP.